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São Paulo, sexta-feira, 11 de julho de 2003

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IRAQUE OCUPADO

Presidente admite problema de segurança, mas vê progresso; ex-comandante prevê 4 anos de ocupação

Bush pede firmeza a tropas; mais 2 morrem

Ali Haider/Associated Press
Em Bagdá, amigos de Odai Ahmad, morto pelos EUA enquanto consertava seu carro, carregam seu caixão sob a bandeira iraquiana


DA REDAÇÃO

O presidente americano, George W. Bush, pediu às tropas dos EUA no Iraque que "continuem firmes", admitindo haver um "problema de segurança" no país. Ontem, mais dois soldados foram mortos em ataques.
"Não há dúvida de que temos um problema de segurança no Iraque", disse Bush ontem em Gaborone, Botsuana, terceira escala de seu giro diplomático pela África. "E temos de lidar com ele caso a caso. Temos de continuar firmes." O presidente afirmou também que os EUA estão fazendo "constante progresso" no país.
O tom da declaração difere do desafio feito pelo presidente no dia 2, quando, falando a jornalistas, dissera que a resistência iraquiana deveria "vir para a briga". Desde o anúncio do fim das principais operações no Iraque, em 1º de maio, 31 soldados americanos foram mortos em ações hostis.
Em Washington, o general Tommy Franks, que, nesta semana, passou para a reserva após comandar as operações americanas no Iraque, disse a uma comissão do Senado que as tropas poderiam ficar no país até quatro anos, o dobro da previsão inicial.
"Eu já havia dito que estaríamos envolvidos com o Iraque no futuro. Se será por dois ou quatro anos, eu não sei", disse Franks à Comissão de Serviços Armados do Senado. Os EUA têm hoje 148 mil homens no país, contingente que, segundo Franks, será mantido ao menos até o fim do ano.
O general também mencionou o moral das tropas. "Precisamos desenvolver uma expectativa de que todas essas dificuldades vão desaparecer em um mês ou dois meses ou três meses."

Protesto e ataques
Policiais iraquianos em Fallujah, um dos maiores pontos de tensão na tumultuada região oeste iraquiana, ameaçaram abandonar seus postos caso os soldados americanos não saiam da cidade. Mais de cem policiais exigiram a retirada americana em 48 horas, alegando que a presença dos EUA na cidade coloca suas vidas em risco.
Os grupos de resistência, que o Pentágono acredita serem formados por partidários do regime deposto, têm visado, além das forças da coalizão anglo-americana, iraquianos que colaboram com elas.
Os policiais de Fallujah foram treinados por soldados dos EUA e sofreram ontem um ataque sem vítimas na delegacia da cidade.
O Comando Central Americano (Centcom) anunciou a morte de mais dois soldados. Um deles foi morto a tiros quando patrulhava Mahmudiyah, 40 km ao sul de Bagdá, e outro quando uma granada atingiu o veículo em que ele estava, na capital.
Ontem, a rede qatariana de TV Al Jazira disse ter recebido uma mensagem reivindicando a autoria dos frequentes ataques assinada por um grupo auto-intitulado Resistência Nacional Islâmica Iraquiana, que nega vínculos com o ex-ditador Saddam Hussein.

Com agências internacionais


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