São Paulo, quarta-feira, 11 de julho de 2007

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Sob pressão, Bush pede tempo para ter avanços no Iraque

Presidente dos EUA rejeita mudar política antes de setembro, mas perda de apoio político pode forçá-lo a antecipar decisões

Congresso começa debates sobre a guerra, em meio à expectativa sobre relatório que deverá mostrar poucos progressos no país árabe

DA REDAÇÃO

Sob crescente pressão doméstica para retirar os soldados americanos do Iraque, o presidente George W. Bush disse ontem que entende o impacto negativo que a guerra tem sobre os Estados Unidos, mas pediu mais tempo ao Congresso para que a nova estratégia militar no país dê resultados.
Em discurso a uma platéia amigável de empresários de Cleveland, Ohio, Bush rejeitou mudar de rumo antes da apresentação de um relatório do comandante americano no Iraque, general David Petraeus, marcada para setembro.
"Entendo completamente como a guerra é difícil para a psique americana. E sei que as pessoas estão olhando para suas TVs e perguntando se vale a pena", disse Bush. "O Congresso deveria esperar o general Petraeus voltar e dar sua avaliação da estratégia que está implementando antes de tomar qualquer decisão."
A alta temperatura do debate, porém, indica que o pedido de paciência do presidente terá pouco efeito em Washington. Até o fim da semana deverá ser apresentado no Congresso um relatório interino sobre o progresso do governo iraquiano em cumprir as 18 metas fixadas pelos EUA para dar continuidade a sua nova estratégia militar.

"Novo rumo"
Segundo o porta-voz da Presidência, Tony Snow, o relatório mostrará que "algumas das metas foram cumpridas, outras não". O documento, afirmou, dará início a "um novo rumo". "O que o Congresso terá é o início da revisão de nossa missão no Iraque", disse. "Todo mundo diz que quer um rumo diferente. Nós concordamos."
Enquanto Bush falava em Cleveland, o Congresso dava início a duas semanas do que promete ser um intenso debate sobre o Iraque. Cada vez mais legisladores, incluindo republicanos, vêm defendendo a retirada imediata do Iraque -ou, no mínimo, o começo dela. A votação do Orçamento de 2008, num Congresso dominado pela oposição democrata, aumentará a pressão.
Na semana passada Pete Domenici, do Novo México, rompeu com o governo, tornando-se o quinto senador republicano a atacar publicamente a política americana no Iraque.
Para o líder da maioria democrata no Senado, Harry Reid, ficou claro que o novo plano de Bush, que incluiu o envio de mais 30 mil soldados americanos, não obteve resultados. "O plano está sendo aplicado há seis meses. Desde então perdemos mais de 600 soldados, que custaram aos contribuintes US$ 60 bilhões", disse Reid.

Ataque à zona verde
Três pessoas morreram ontem, entre eles um funcionário do Exército americano, em um pesado ataque com morteiros contra a Zona Verde, a fortificação onde ficam os escritórios do governo iraquiano e as embaixadas dos EUA e do Reino Unido, em Bagdá.


Com agências internacionais


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