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Sob pressão, Bush pede tempo para ter avanços no Iraque
Presidente dos EUA rejeita mudar política antes de setembro, mas perda de apoio político pode forçá-lo a antecipar decisões
Congresso começa debates sobre a guerra, em meio à expectativa sobre relatório que deverá mostrar poucos progressos no país árabe
DA REDAÇÃO
Sob crescente pressão doméstica para retirar os soldados americanos do Iraque, o
presidente George W. Bush disse ontem que entende o impacto negativo que a guerra tem
sobre os Estados Unidos, mas
pediu mais tempo ao Congresso para que a nova estratégia
militar no país dê resultados.
Em discurso a uma platéia
amigável de empresários de
Cleveland, Ohio, Bush rejeitou
mudar de rumo antes da apresentação de um relatório do comandante americano no Iraque, general David Petraeus,
marcada para setembro.
"Entendo completamente
como a guerra é difícil para a
psique americana. E sei que as
pessoas estão olhando para
suas TVs e perguntando se vale
a pena", disse Bush. "O Congresso deveria esperar o general Petraeus voltar e dar sua
avaliação da estratégia que está
implementando antes de tomar qualquer decisão."
A alta temperatura do debate, porém, indica que o pedido
de paciência do presidente terá
pouco efeito em Washington.
Até o fim da semana deverá ser
apresentado no Congresso um
relatório interino sobre o progresso do governo iraquiano
em cumprir as 18 metas fixadas
pelos EUA para dar continuidade a sua nova estratégia militar.
"Novo rumo"
Segundo o porta-voz da Presidência, Tony Snow, o relatório mostrará que "algumas das
metas foram cumpridas, outras
não". O documento, afirmou,
dará início a "um novo rumo".
"O que o Congresso terá é o início da revisão de nossa missão
no Iraque", disse. "Todo mundo diz que quer um rumo diferente. Nós concordamos."
Enquanto Bush falava em
Cleveland, o Congresso dava
início a duas semanas do que
promete ser um intenso debate
sobre o Iraque. Cada vez mais
legisladores, incluindo republicanos, vêm defendendo a retirada imediata do Iraque -ou,
no mínimo, o começo dela. A
votação do Orçamento de
2008, num Congresso dominado pela oposição democrata,
aumentará a pressão.
Na semana passada Pete Domenici, do Novo México, rompeu com o governo, tornando-se o quinto senador republicano a atacar publicamente a política americana no Iraque.
Para o líder da maioria democrata no Senado, Harry Reid, ficou claro que o novo plano de
Bush, que incluiu o envio de
mais 30 mil soldados americanos, não obteve resultados. "O
plano está sendo aplicado há
seis meses. Desde então perdemos mais de 600 soldados, que
custaram aos contribuintes
US$ 60 bilhões", disse Reid.
Ataque à zona verde
Três pessoas morreram ontem, entre eles um funcionário
do Exército americano, em um
pesado ataque com morteiros
contra a Zona Verde, a fortificação onde ficam os escritórios
do governo iraquiano e as embaixadas dos EUA e do Reino
Unido, em Bagdá.
Com agências internacionais
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