São Paulo, quinta-feira, 11 de agosto de 2011

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Governo teme problemas na Ásia e na Europa

SHEILA D'AMORIM
DE BRASÍLIA

Apesar da expectativa de uma forte recessão dos EUA, o centro das atenções da equipe econômica brasileira está no ritmo de consumo da China e na situação dos bancos europeus.
Esses são considerados os dois canais de contágio capazes de fazer a crise mundial bater diretamente no bolso dos brasileiros e jogar o crescimento da economia abaixo dos 4% desejados. Com problema de alta na inflação e uma forte relação com os EUA, a China representa uma incógnita em meio ao caos internacional. A redução das compras dos chineses pode afetar a renda dos exportadores nacionais. A China é um dos maiores importadores de produtos básicos comercializados no mundo, como soja e minério. Um freio na demanda dessa economia pode derrubar os preços internacionais.
Praticamente metade das exportações brasileiras no primeiro semestre deste ano foi de produtos básicos. E a China é um dos países que, individualmente, mais importam do Brasil. Por enquanto, a avaliação do governo é que a demanda chinesa continuará significativa e que ainda não há sinais de desaceleração brusca.
Mas se sabe que esse é um problema que irá se desenrolar nos próximos anos. Na outra ponta, a crise da dívida de importantes economias da Europa poderá, segundo avaliações da equipe econômica, repetir as restrições de crédito vividas no final de 2008. O risco é de uma crise bancária. Entre os canais de contágio está ainda o alto volume de investimentos estrangeiros que o setor produtivo recebeu nos últimos anos. A Espanha -país que só não deu calote em parte da sua dívida recentemente porque foi socorrida pelo Banco Central europeu- é dos grandes investidores no Brasil.
Há também o receio de que projetos de investimento sejam suspensos.


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