São Paulo, quinta-feira, 11 de setembro de 2008

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Milícia opositora ocupa prédios públicos saqueados na terça-feira em Santa Cruz

DA REDAÇÃO

Manifestantes anti-Morales mantinham ocupados ontem os prédios públicos invadidos em Santa Cruz na terça, após recuo dos militares. O ministro de governo, Alfredo Rada, disse que os ataques foram iniciados horas antes de o líder do Comitê Cívico local, Branko Marinkovic, retornar dos EUA, segundo a rádio Erbol.
Tanto a oficial ABI (Agência Boliviana de Informação) quanto o jornal "La Razón" dizem que os direitistas radicais da UJC (União Juvenil Cruzenha) levaram em torno de cinco horas para, por volta das 15h da terça, fazer o Exército recuar e invadir a sede do SIN (Serviço de Impostos Nacionais) armados de paus, pedras e barras de ferro, apesar das bombas de gás lacrimogêneo.
Imagens de televisões locais mostraram militares, desautorizados por La Paz a recorrer a armas de fogo, fugindo dos manifestantes e deixando para trás cassetetes, escudos, armento não-utilizado e até mesmo uma moto, depois incendiada. Segundo relatos, após invadirem o prédio, os "unionistas" quebraram equipamentos e queimaram pilhas de papéis.
Meia hora depois, o INRA (Instituto Nacional de Reforma Agrária) foi tomado. Novamente, documentos e computadores foram levados à rua e queimados, segundo o "La Razón".
Na seqüência, o prédio da Entel (Empresa Nacional de Telecomunicações) foi invadido, causando prejuízo de R$ 5 milhões, segundo a empresa.
A rádio oficial Patria Nueva e a emissora Televisión Boliviana também foram saqueadas, segundo o "La Razón". Às 17h, foi a vez do Cejis (Centro de Estudos Jurídicos e Investigações Sociais), origem de alguns dos ministros de Morales. À noite, o prédio da Migração foi ocupado pacificamente e o acesso ao aeroporto de Viru Viru, o principal do país, interditado.
Em resposta, movimentos pró-Morales deram início ontem a um bloqueio às principais rotas de acesso a Santa Cruz, inclusive a que liga a cidade a Cochabamba e La Paz. O objetivo é provocar o desabastecimento de alimentos e combustíveis. Dentro da cidade, o Plan Tres Mil, reduto pró-La Paz, se organizava para impedir ataques de opositores.


Com agências internacionais


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