São Paulo, sexta-feira, 11 de outubro de 2002

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Chefe do Estado-Maior ataca ministro da Defesa

DA REDAÇÃO

O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas venezuelanas, vice-almirante Alvaro Martín Fossa, acusou ontem o ministro da Defesa, José Luis Prieto, de perseguir os militares acusados de participar do golpe de 11 de abril contra o presidente Hugo Chávez.
"Denuncio o tratamento que o senhor está dando ao pessoal da instituição quando não comparte o seu ponto de vista, como é o caso da minha pessoa", afirmou.
A declaração indica que as mudanças feitas por Chávez nos comandos militares após o golpe, para afastar possíveis adversários, podem não ter sido suficientes para evitar enfrentamentos.
Martín Fossa disse que começou a receber ameaças desde a noite de anteontem, quando se negou a aparecer junto aos demais comandantes militares em um pronunciamento feito pelo ministro da Defesa.
Ele disse ter tomado a decisão de "não seguir acompanhando a junta superior" há algumas semanas. "Denuncio que na junta superior não se faz, não se pensa e não se diz uma mesma coisa."
O vice-almirante disse felicitar os generais e almirantes que foram submetidos a conselhos de investigação "pela força necessária para passar por esse trâmite tão difícil para qualquer militar". "Processo esse que eu seguramente também enfrentarei nas próximas horas", afirmou.
Anteontem à noite, a polícia tentou prender os generais Manuel Rosendo e Enrique Medina Gómez, acusados de participação no golpe de abril, que haviam pedido à população que fosse à marcha de ontem. A ação da polícia foi impedida por centenas de vizinhos dos generais.
Segundo o deputado chavista Nicolás Maduro, essas declarações dos militares descontentes fazem parte de um plano golpista que os conspiradores estão tentando colocar em prática.
No fim de semana, Chávez havia denunciado uma suposta conspiração para derrubá-lo, envolvendo opositores e militares.


Com agências internacionais

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