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JAPÃO
Criticado dentro de seu partido, premiê pretende obter nas urnas, em 9 de novembro, apoio popular para sua política
Koizumi convoca eleição para fazer reforma
DA ASSOCIATED PRESS, EM TÓQUIO
O premiê japonês, Junichiro
Koizumi, dissolveu ontem a Câmara Baixa do Parlamento, fixou
para 9 de novembro a data das
eleições e anunciou um plano de
dez pontos para reativar a segunda maior economia do mundo.
Koizumi espera que o plano vá
fortalecer suas credenciais de reformista, no momento em que se
prepara para enfrentar a primeira
eleição nacional desde que subiu
ao poder, em abril de 2001, levado
por uma onda de insatisfação.
"Chegou a hora de testar se a
população apóia minha política
de reformas", disse Koizumi.
"Acredito que iremos vencer."
Koizumi vê a eleição como
chance de reforçar a hegemonia
de sua legenda, o Partido Liberal
Democrático, na Câmara Baixa.
A dissolução da Câmara Baixa
significa que as 480 vagas terão de
ser disputadas novamente, inclusive a do próprio Koizumi. Após a
dissolução, parlamentares se puseram de pé e gritaram "banzai!",
expressão de congratulação que
significa "vida longa".
Com seu cargo em jogo e uma
resistência crescente a suas reformas dentro de seu próprio partido, o premiê precisará transformar seu alto índice de aprovação
(cerca de 60%) numa vitória importante para sua legenda.
Embora seus correligionários
tenham estado entre seus críticos
mais contumazes, ontem o PLD
se uniu em torno do manifesto
eleitoral que Koizumi acabava de
lançar, apelidado de Declaração
de Reformas de Koizumi.
O plano de dez pontos prevê a
privatização do correio até 2007 e
uma taxa de crescimento de 2%
em 2006, o que seria um avanço
para um país em recessão há dez
anos.
Analistas disseram que é pouco
provável que a oposição afaste o
PLD do poder pela primeira vez
em uma década. Mas eles prevêem que parte do eleitorado vá
se bandear para a oposição, rejuvenescida pela fusão do Partido
Democrático do Japão com um
partido oposicionista menor.
"O Partido Democrático possui
muitos parlamentares jovens e de
talento. E os eleitores urbanos não
gostam da "política de chefões" típica do PLD nem da forma como
este promove a candidatura dos
filhos de políticos poderosos",
disse o analista Taro Yayama.
A aliança governista do PLD
-que inclui os partidos Novo
Komeito, apoiado pelos budistas,
e Novo Conservador- controla a
maioria na Câmara Baixa, com
285 vagas. A confirmação dessa
maioria manteria Koizumi no poder pelo restante de seu mandato
de três anos. O Partido Democrático, maior bloco oposicionista,
tem 137 vagas.
Desde que chegou ao poder,
Koizumi já prometeu acabar com
a política clientelista e os gastos
exagerados em obras públicas,
além de acenar com reformas
econômicas.
Embora ele tenha imposto um
teto aos gastos do governo, aprovado leis para desregulamentar a
indústria e iniciado medidas para
privatizar instituições governamentais como o correio, essas
medidas ainda não devolveram a
prosperidade ao país.
Já se percebem sinais de retomada. Mas o desemprego permanece perto do pico histórico, e os
economistas dizem que a valorização forte do iene em relação ao
dólar, vista nas últimas semanas,
pode frear a economia japonesa,
movida pelas exportações.
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