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ELEIÇÃO NOS EUA
Votos provisórios, determinados pelo Congresso, deverão gerar controvérsias que podem parar na Justiça
Bush e Kerry preparam batalha jurídica
DA REDAÇÃO
Democratas e republicanos estão treinando advogados e fiscais
eleitorais para tentar conseguir
em batalhas administrativas e jurídicas o maior número de votos
provisórios que conseguirem.
Votos provisórios ou condicionais fazem parte de um pacote de
diretrizes aprovadas pelo Congresso em 2002. Para evitar a repetição de problemas como o da
Flórida em 2000, em que muitos
eleitores não puderam votar por
conta de erros burocráticos, os legisladores determinaram que todos os Estados mantenham cédulas especiais. Eleitores que não tenham seus nomes nas listas poderão votar na cédula especial e, se
ficar demonstrado que o eleitor
havia se registrado regularmente,
seu voto será validado.
Só que o Congresso não definiu
sob quais condições votos provisórios serão validados. Acrescentem-se a isso os problemas que
normalmente surgem quando se
adota um procedimento novo, e o
resultado é muita confusão e processos legais com base no tratamento desigual de eleitores, disse
Doug Chapin, diretor-executivo
da ONG apartidária Electionline.org. "Se eu tivesse de escolher
aquilo que gerará mais controvérsia no dia da eleição, eu diria que é
o voto provisório", disse.
Responsáveis pelas eleições nos
Estados adotaram critérios próprios e diferentes para determinar
quais votos serão validados. Algumas das regras ainda estão sondo
discutidas a três semanas das eleições. As normas podem variar até
mesmo dentro de um Estado.
A situação tende a ser pior nos
Estados em que a disputa está
mais equilibrada, que também
adotaram critérios mais rígidos
para os votos provisórios.
Em cinco Estados já existem
processos contra funcionários
eleitorais. Segundo os queixosos,
os funcionários adotaram regras
muito rígidas para determinar
quais votos serão considerados
válidos, o que impedirá muitos
eleitores de exercer seus direitos.
Como as cédulas de perfurar da
Flórida, votos provisórios são pedaços de papel que precisam ser
avaliados individualmente e contados um a um. Podem ser fundamentais para decidir quem será o
próximo presidente dos EUA se a
diferença entre os dois principais
candidatos for muito pequena em
algum Estado.
Campanha
A apenas três domingos da eleição, o candidato democrata John
Kerry foi ontem a dois serviços religiosos na Flórida. Primeiro ele
rezou com católicos haitianos e
depois com batistas negros, onde
encontrou com o reverendo Jesse
Jackson, importante figura do
Partido Democrata e ativista dos
direitos civis.
O presidente Bush passou o domingo em seu rancho no Texas e
não fez campanha.
Pesquisas
Duas novas pesquisas mostram
uma situação de empate técnico
entre Bush e Kerry. Sondagem da
rede de TV ABC mostra o presidente 50% das intenções de voto
contra 46% atribuídas a Kerry.
Foram ouvidos 2.407 adultos por
telefone entre os dias 6 e 9 de outubro. A margem de erro é de 2,5
pontos percentuais para mais ou
para menos.
A sondagem também indica
que quase a metade dos simpatizantes de Kerry (46%) se opõem
às políticas de Bush. Entre os prováveis eleitores de Bush, apenas
19% se dizem contrários às políticas propostas por Kerry.
Já a pesquisa Reuters/Zogby divulgada ontem dá a Kerry um
ponto de vantagem sobre Bush. O
democrata ficou com 46% das intenções de voto contra 45% do republicano. Foram ouvidos 1.216
prováveis eleitores entre a quinta
e o sábado. A margem de erro é de
2,9 pontos percentuais.
Boatos
Auxiliares do presidente Bush
negaram ontem rumores que circulam pela internet afirmando
que, no debate da sexta, o candidato estava conectado a seus assessores através de um sistema de
rádio. Os assessores o ajudariam
nas respostas.
Com agências internacionais
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