São Paulo, segunda-feira, 11 de outubro de 2004

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ELEIÇÃO NOS EUA

Votos provisórios, determinados pelo Congresso, deverão gerar controvérsias que podem parar na Justiça

Bush e Kerry preparam batalha jurídica

DA REDAÇÃO

Democratas e republicanos estão treinando advogados e fiscais eleitorais para tentar conseguir em batalhas administrativas e jurídicas o maior número de votos provisórios que conseguirem.
Votos provisórios ou condicionais fazem parte de um pacote de diretrizes aprovadas pelo Congresso em 2002. Para evitar a repetição de problemas como o da Flórida em 2000, em que muitos eleitores não puderam votar por conta de erros burocráticos, os legisladores determinaram que todos os Estados mantenham cédulas especiais. Eleitores que não tenham seus nomes nas listas poderão votar na cédula especial e, se ficar demonstrado que o eleitor havia se registrado regularmente, seu voto será validado.
Só que o Congresso não definiu sob quais condições votos provisórios serão validados. Acrescentem-se a isso os problemas que normalmente surgem quando se adota um procedimento novo, e o resultado é muita confusão e processos legais com base no tratamento desigual de eleitores, disse Doug Chapin, diretor-executivo da ONG apartidária Electionline.org. "Se eu tivesse de escolher aquilo que gerará mais controvérsia no dia da eleição, eu diria que é o voto provisório", disse.
Responsáveis pelas eleições nos Estados adotaram critérios próprios e diferentes para determinar quais votos serão validados. Algumas das regras ainda estão sondo discutidas a três semanas das eleições. As normas podem variar até mesmo dentro de um Estado.
A situação tende a ser pior nos Estados em que a disputa está mais equilibrada, que também adotaram critérios mais rígidos para os votos provisórios.
Em cinco Estados já existem processos contra funcionários eleitorais. Segundo os queixosos, os funcionários adotaram regras muito rígidas para determinar quais votos serão considerados válidos, o que impedirá muitos eleitores de exercer seus direitos.
Como as cédulas de perfurar da Flórida, votos provisórios são pedaços de papel que precisam ser avaliados individualmente e contados um a um. Podem ser fundamentais para decidir quem será o próximo presidente dos EUA se a diferença entre os dois principais candidatos for muito pequena em algum Estado.

Campanha
A apenas três domingos da eleição, o candidato democrata John Kerry foi ontem a dois serviços religiosos na Flórida. Primeiro ele rezou com católicos haitianos e depois com batistas negros, onde encontrou com o reverendo Jesse Jackson, importante figura do Partido Democrata e ativista dos direitos civis.
O presidente Bush passou o domingo em seu rancho no Texas e não fez campanha.

Pesquisas
Duas novas pesquisas mostram uma situação de empate técnico entre Bush e Kerry. Sondagem da rede de TV ABC mostra o presidente 50% das intenções de voto contra 46% atribuídas a Kerry. Foram ouvidos 2.407 adultos por telefone entre os dias 6 e 9 de outubro. A margem de erro é de 2,5 pontos percentuais para mais ou para menos.
A sondagem também indica que quase a metade dos simpatizantes de Kerry (46%) se opõem às políticas de Bush. Entre os prováveis eleitores de Bush, apenas 19% se dizem contrários às políticas propostas por Kerry.
Já a pesquisa Reuters/Zogby divulgada ontem dá a Kerry um ponto de vantagem sobre Bush. O democrata ficou com 46% das intenções de voto contra 45% do republicano. Foram ouvidos 1.216 prováveis eleitores entre a quinta e o sábado. A margem de erro é de 2,9 pontos percentuais.

Boatos
Auxiliares do presidente Bush negaram ontem rumores que circulam pela internet afirmando que, no debate da sexta, o candidato estava conectado a seus assessores através de um sistema de rádio. Os assessores o ajudariam nas respostas.


Com agências internacionais

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