CLÁUDIA DIANNI
DE BUENOS AIRES

A partir de hoje todos os 9.500 policiais masculinos da cidade de Córdoba, na Argentina, serão submetidos a exames de DNA em uma tentativa das autoridades locais de identificar um estuprador serial, que já violou 32 mulheres nos últimos dois anos.
Uma mensagem posta em circulação na internet por uma das vítimas, uma adolescente de 20 anos que tem sido identificada como Ana, levou as autoridades locais a pedirem os exames, e o governador da Província, Jose Manuel de la Sota, a aparecer na televisão em cadeia local para oferecer uma recompensa de 50 mil pesos (mais ou menos o mesmo valor em reais) para quem ajudar a polícia a identificar o estuprador.
As suspeitas recaíram sobre o corpo policial por causa da descrição que Ana fez abordagem do estuprador. De acordo com a vítima, o violador a revistou antes de estuprá-la "usando técnicas de polícia". No mesmo dia em que enviou as mensagens eletrônicas, Ana recebeu 248 mensagens de vítimas de estupros, inclusive de outras cidades, que se solidarizaram com ela. Até sexta-feira, Ana já tinha recebido 620 e-mails. De acordo com a polícia de Córdoba, outras vítimas relataram que foram revistadas.
Depois da ampla repercussão na imprensa argentina, o governador e o secretário de segurança da Província, Carlos Alessandri, entraram em ação. "Achamos que pressionando o governador ele poderá tomar iniciativa e dar ordens para que prendam de uma vez por todas esse estuprador. Estamos convencidas, por sua maneira de atuar, que ele deve pertencer à força de segurança", disse Ana, que conta com a ajuda da mãe para sua campanha. Nos últimos dois anos, o violador atacou 32 mulheres em dois bairros da capital de Córdoba.
Os exames serão realizados no laboratório que faz estudos genéticos para a Justiça. As análises são caras, custam cerca de 500 pesos cada, e complexas, levam até 15 dias para ficar prontas. Mas, segundo Alessandri, foram dadas ordens para que os resultados saiam em dois dias e o custo será de 150 pesos por exame.
Os exames serão feitos primeiro em policias cujas características físicas sejam semelhantes às descrições das vítimas. Mas, de acordo com Alessandri, todos os policiais serão submetidos aos exames. Quem se negar a fazê-lo será colocado à disposição da promotoria para interrogatório.

Texto Anterior: Oriente médio: Beduíno admite ter vendido os explosivos para ataques no Egito
Próximo Texto: Caribe: Soldado argentino da ONU é ferido no Haiti
Índice