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Israel vai desapropriar terra palestina
Os 110 hectares serviriam para a construção de nova ligação entre Jerusalém e Jericó; estrada antiga viraria parque industrial
Decisão, revelada pelo jornal "Haaretz", é tomada às vésperas de cúpula do Oriente Médio nos EUA e
destoa de afirmação recente
DA REDAÇÃO
As Forças de Defesa de Israel
ordenaram a desapropriação
de mais de 110 hectares de terra
de quatro vilarejos árabes entre
Jerusalém Oriental e o assentamento de judaico de Maale
Adumin, na Cisjordânia.
A medida denota a ambigüidade israelense na discussão
sobre um futuro Estado palestino. Há apenas dois dias, o vice-premiê israelense Haim Ramon havia confirmado estudar
a cessão de soberania de Jerusalém Oriental para os palestinos. A informação sobre a desapropriação foi divulgada ontem
no jornal israelense "Haaretz".
A ordem também chega pouco antes da cúpula planejada
pelos EUA em Annapolis
(Maryland), que reunirá árabes
e palestinos para discutir um
acordo de paz em novembro.
Apesar de o premiê israelense,
Ehud Olmert, e o presidente da
Autoridade Nacional Palestina,
Mahmoud Abbas, pressionarem por acordos -em parte para para garantir sua sobrevivência política-, não se sabe se
eles terão apoio de seus partidos. Em Israel, a indivisibilidade de Jerusalém e sua preservação sob soberania israelense
eram até agora um relativo
consenso.
Segundo o "Haaretz," a terra
a ser desapropriada deverá ser
usada para uma nova estrada
palestina para ligar Jerusalém
Oriental a Jericó.
Com a nova via, ficaria liberada a área E1, entre Jerusalém e
Maale Adumin, onde passa hoje a estrada Jerusalém-Jericó e
que Israel quer para si. Em E1, o
país planeja construir 3.500
apartamentos e um parque industrial.
O plano para E1 sofre há muito a oposição de palestinos e da
comunidade internacional, incluindo os EUA, pois cortaria
em dois o território da Cisjordânia e o separaria em definitivo de Jerusalém Oriental.
Israel defende seu planejamento afirmando que a nova
estrada garantiria a continuidade dos centros palestinos.
Também ontem, Abbas especificou em um discurso na TV a
quantidade de terra que espera
obter para um futuro Estado
palestino: exatamente "6.205
quilômetros quadrados na Cisjordânia e na faixa de Gaza".
Apesar de ser a primeira vez
que o líder oferece um número
preciso, ele delineou basicamente o mesmo território controlado por palestinos antes da
ocupação israelense em 1967,
uma reivindicação antiga.
Abbas também se dispôs a
entregar terras da Cisjordânia
para Israel, desde que os israelenses cedam partes de seu território aos palestinos. A integralidade do território da Cisjordânia é tradicionalmente
uma demanda dos palestinos.
Com agências internacionais
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