São Paulo, terça-feira, 11 de outubro de 2011

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China toma medidas para fortalecer bancos

Por meio de seu fundo soberano, governo anuncia a compra de ações das quatro maiores instituições do país

Medida, 1ª do tipo desde 2008, tenta levantar ações dos bancos, em queda com risco de contaminação por crise

David Gray - 18.mar.11/Reuters
Policial paramilitar fica de guarda em frente à fachada da principal sede do Banco da China, em Pequim, capital do país

FABIANO MAISONNAVE
DE PEQUIM

A China anunciou ontem a compra de ações dos quatro maiores bancos do país. A medida, que visa estancar a tendência de queda nas Bolsas locais, é a primeira ação do tipo de Pequim desde setembro de 2008, quando estourou a crise mundial.
A compra ocorreu por meio da Central Huijin Investment, controlada pelo fundo soberano da China. Não foi revelada a quantidade de ações negociadas. O anúncio da transação, feito pela agência estatal Xinhua, ocorreu logo após o fechamento das Bolsas da China continental.
Todos os quatro bancos envolvidos já têm controle acionário estatal. São eles: Banco Industrial e Comercial da China, Banco Agrícola da China, Banco da China e Banco da Construção da China.
"A ação tem o objetivo de apoiar a operação estável e o desenvolvimento das principais instituições financeiras e estabilizar os preços de suas ações", afirmou a Xinhua.
O anúncio ocorre num momento em que as Bolsas chinesas vêm batendo recordes negativos. Ontem, a de Xangai, a mais importante do país, atingiu o índice de referência mais baixo em 30 meses.
A expectativa é que haja alguma recuperação hoje. Na Bolsa de Hong Kong, que fechou meia hora depois do anúncio da compra, as ações dos quatro bancos se recuperaram no final do dia.

SINAL POSITIVO
O desempenho das ações de bancos chineses tem sido especialmente fraco, devido principalmente às medidas de contenção de crédito adotadas ao longo dos últimos meses pelo Banco Central. O objetivo é combater a inflação, prioridade máxima da China neste ano.
"A compra de ações é principalmente o envio de um sinal positivo para o mercado com o fim de impedir flutuações voláteis num momento de várias incertezas", disse Yin Zhongli, analista financeiro do prestigiado centro de estudos estatal Academia Chinesa de Ciências Sociais, em declarações à Xinhua.
Ele ressalva, porém, que a compra das ações não terá impacto caso o governo continue apertando os bancos.
Até agora, as dificuldades econômicas da Europa e dos EUA tiveram pouco impacto na China, o maior parceiro comercial econômico do Brasil. O crescimento econômico chinês neste ano deve chegar a cerca de 9,5% do PIB, segundo o FMI (Fundo Monetário Internacional). A grande maioria dos analistas concorda em que há poucas possibilidades de a China repetir uma medida semelhante ao megapacote de estímulo do final de 2008. A injeção de US$ 586 bilhões na economia foi a maior da história do país.


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