DA REDAÇÃO

Autoridades iraquianas acusaram os EUA de "chantagem sem precedentes" para obter uma cópia sem cortes do dossiê sobre suas armas de destruição em massa. A Casa Branca descreveu a declaração como "burlesca".
Inspetores de armas da ONU visitaram ontem cinco locais no Iraque, ampliando seu campo de operações no país. Cerca de 25 inspetores chegaram ontem a Bagdá -já são 70 no país.
O Ministério das Relações Exteriores do Iraque disse que "a América tem a intenção de manipular os documentos entregues à ONU para encontrar uma maneira de encobrir a agressão contra o Iraque". Já James Cunningham, vice-embaixador dos EUA na ONU, disse: "Nós não chantageamos ninguém".
Após debates na ONU, o atual presidente do Conselho de Segurança, o colombiano Alfonso Valdivieso, anunciou anteontem que os cinco membros permanentes -EUA, Reino Unido, Rússia, França e China- receberiam cópias sem cortes. Segundo a Casa Branca, todos esses países já receberam o documento.
Inicialmente, o Conselho de Segurança determinou que o dossiê sofresse cortes para que fossem retiradas partes relativas ao desenvolvimento de armas de destruição em massa antes que ele fosse entregue aos membros do CS. Haveria preocupação com que trechos da declaração pudessem servir como uma espécie de manual para certos países.
A mudança na postura do CS provocou críticas. "O relatório deveria ser distribuído para todos os membros do conselho", afirmou o embaixador da Síria na ONU, Mikhail Wehbe.