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CRISE EM BANGLADESH
Presidente adia eleições e renuncia a governo interino
DA REDAÇÃO
Após quase três meses de
protestos e violência, o presidente de Bangladesh, Iajuddin Ahmed, adiou as eleições
no país, declarou estado de
emergência e renunciou ao
cargo de chefe do governo interino, que ocupava desde
outubro. Ele afirmou, porém, que continuará a ocupar a Presidência do país.
Ahmed decretou também
o toque de recolher. As medidas foram tomadas após cinco dias de fortes protestos
em mais de 60 cidades.
Os manifestantes são, na
sua maioria, partidários da
Liga Awami (LA) -principal
força de oposição ao Partido
Nacionalista de Bangladesh
(PNB), que estava no poder
até 27 de outubro. A LA acusa o governo interino -que
deveria ser neutro e garantir
eleições transparentes- de
apoiar o PNB. Assim, as eleições, que estavam marcadas
para o dia 22 de janeiro, ficariam comprometidas.
A onda de violência teve
início no final de outubro de
2006, quando o governo interino foi nomeado, à espera
de novas eleições. O jornal
francês "Le Monde" afirma
que, desde então, ao menos
35 pessoas foram mortas em
conflitos no país.
Entre outras coisas, a Liga
Awami pede a reconstituição
da comissão eleitoral e a revisão da lista de votação.
De acordo com o escritório
em Dacca do norte-americano Instituto Democrático
Nacional, 10 milhões de nomes estavam errados ou duplicados na lista de votação, o
que representa quase 11%
dos eleitores bengaleses.
A ONU e a União Européia
suspenderam sua comissão
de observação eleitoral. Em
nota, a ONU afirmou que "a
crise política em Bangladesh
colocou gravemente em perigo a legitimidade do processo eleitoral".
Os eventos dos últimos
meses agravam o já conturbado histórico político de
Bangladesh. Desde que tornou-se independente do Paquistão, em 1971, o país enfrentou sucessivas tentativas
de golpe, até a democracia
ser restaurada, em 1991.
Com agências internacionais
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