São Paulo, sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

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CRISE EM BANGLADESH

Presidente adia eleições e renuncia a governo interino

DA REDAÇÃO

Após quase três meses de protestos e violência, o presidente de Bangladesh, Iajuddin Ahmed, adiou as eleições no país, declarou estado de emergência e renunciou ao cargo de chefe do governo interino, que ocupava desde outubro. Ele afirmou, porém, que continuará a ocupar a Presidência do país.
Ahmed decretou também o toque de recolher. As medidas foram tomadas após cinco dias de fortes protestos em mais de 60 cidades.
Os manifestantes são, na sua maioria, partidários da Liga Awami (LA) -principal força de oposição ao Partido Nacionalista de Bangladesh (PNB), que estava no poder até 27 de outubro. A LA acusa o governo interino -que deveria ser neutro e garantir eleições transparentes- de apoiar o PNB. Assim, as eleições, que estavam marcadas para o dia 22 de janeiro, ficariam comprometidas.
A onda de violência teve início no final de outubro de 2006, quando o governo interino foi nomeado, à espera de novas eleições. O jornal francês "Le Monde" afirma que, desde então, ao menos 35 pessoas foram mortas em conflitos no país.
Entre outras coisas, a Liga Awami pede a reconstituição da comissão eleitoral e a revisão da lista de votação.
De acordo com o escritório em Dacca do norte-americano Instituto Democrático Nacional, 10 milhões de nomes estavam errados ou duplicados na lista de votação, o que representa quase 11% dos eleitores bengaleses.
A ONU e a União Européia suspenderam sua comissão de observação eleitoral. Em nota, a ONU afirmou que "a crise política em Bangladesh colocou gravemente em perigo a legitimidade do processo eleitoral".
Os eventos dos últimos meses agravam o já conturbado histórico político de Bangladesh. Desde que tornou-se independente do Paquistão, em 1971, o país enfrentou sucessivas tentativas de golpe, até a democracia ser restaurada, em 1991.


Com agências internacionais


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