DE BUENOS AIRES

Desde que a Casa Rosada submergiu na atual crise política, a presidente Cristina Kirchner procura se mostrar mais sensível e menos arrogante -característica que lhe é atribuída pela opinião pública.
Na sexta passada, carregou um bebê no colo durante um ato público, depois de dizer que "o que mais dói" é ver a oposição torcer pelo mal do país -não o de seu governo.
Na mesma ocasião, se disse comovida com a história de uma trabalhadora que pôde comprar seu primeiro kit de maquiagem aos 23 anos.
"São coisas que nós, mulheres, entendemos", afirmou. "Além do mais, me fez lembrar de quando eu era muito mais jovem e muito mais linda."
Em contrapartida à tentativa de recuperação de imagem de Cristina, o canal de TV Todo Noticias, do Grupo Clarín, levou ontem ao ar um anúncio institucional exortando os argentinos a "abrir os olhos à realidade".
Imagens e texto contrastam grandes feitos e personagens que orgulham os argentinos, com mazelas atuais. O spot leva a assinatura do canal e o slogan "jornalismo independente".
Um colunista do jornal "Clarín" escreveu que fontes da Casa Rosada notaram "sinais de fadiga" da presidente com a sucessão de crises.
Ontem, em encontro com empresários, ela disse: "Talvez eu não seja a mais simpática nem tenha o melhor temperamento. Mas estejam certos de que, quando se trata de defender os interesses do país, não afrouxo nem debaixo d"água".


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