São Paulo, quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

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Ex-mafiosos vigiam obras de arte renascentistas na Sicília

DE SÃO PAULO

A Galeria Regional da Sicília, que funciona no Palácio Abatellis, em Palermo, vem sendo guardada por seis ex-presidiários da Cosa Nostra -a máfia que domina a região-, segundo o jornal espanhol "El País".
Entre as obras que são guardadas pelos ex-detentos está um dos maiores retratos do Renascimento italiano, a "Virgem da Anunciação", de Antonello da Messina, pintor do século 15.
Também são mantidas no museu obras medievais e renascentistas de valor incalculável, como o busto de Leonor de Aragão, de Francesco Laurana (1430-1502).
Os ex-presidiários, que se dividem em tarefas de vigilância do museu -que também conta com guardas particulares-, fazem parte de um programa de reintegração de ex-detentos.
Entre os guardiões estão alguns mafiosos que sofreram prisões mais duras, impostas na Itália a quem cometeu crimes graves.
O museu, que sofre com a falta de pessoal, condicionou seu horário de funcionamento, de quatro horas por dia, ao dos ex-presos, que trabalham apenas pelas manhãs.
A ideia de colocar os ex-detentos como vigias surgiu das autoridades italianas, que tentam resolver a superlotação das suas prisões. O museu sofre com o contínuo corte de financiamento à cultura no país.
A falta de pessoal no Palácio Abatellis é considerada estranha, porque o orçamento de 2010 do governo regional siciliano foi superior ao de alguns países da União Europeia, de 27,2 bilhões (R$ 59,5 bilhões).


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