|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Orgulho e soldo movem policiais iraquianos
DA REUTERS
O contracheque no fim do mês
em tempos de desemprego e a
vontade de ver o país reassumir
sua soberania após a deposição de
Saddam Hussein são os maiores
incentivos para os iraquianos que
continuam a se alistar nas fileiras
da polícia e do Exército, apesar
dos ataques que deixaram cem
mortos entre anteontem e ontem.
"Os ânimos estão bons", diz o
policial Hamid Jasim, parte do
contingente de 150 mil a 210 mil
iraquianos atraídos para os postos de trabalho mais perigosos do
país. "Sabemos que essas coisas
são iminentes, mas estamos bem
preparados e Deus nos protege."
Jasim e seu parceiro Hamid Yusef Kadhim, que já eram policiais
antes da invasão do Iraque, em
março, acham que se manter altivo diante de tais ataques é o único
modo de melhorar o país. "Esses
agressores não querem que os iraquianos sejam felizes", diz.
O profundo orgulho nacional e
a expectativa de acabar com a
ocupação americana servem de
incentivo para muitos.
"Se os iraquianos não entram
para a polícia ou para o Exército, é
como se disséssemos aos americanos para ficar aqui para sempre", diz Haitham Imad, um recruta de 29 anos que sobreviveu
ao atentado de ontem.
Imad, que servia o Exército de
Saddam, e milhares de outros como ele são uma parte crucial do
plano americano para entregar o
poder aos iraquianos em 30 de junho. Os EUA dizem ter gastado
mais de US$ 3 bilhões para treinar
e equipar os homens que protegerão o país após a transição.
Outro bom motivo é o salário
relativamente generoso diante da
sombria economia pós-guerra, na
qual os empregos são escassos e
alimentar a família é tarefa árdua.
Um segurança de uma empresa
privada na porta do centro de
convenções da Autoridade Provisória da Coalizão diz não ter alternativa ao posto. "Há muitas explosões aqui, mas isso é normal."
Para Maan Hatam Mohammed,
da força que protege a infra-estrutura, esse é o melhor modo de ganhar a vida. "Não temos medo,
mas temos de ter cuidado e nos
prepararmos para qualquer coisa", diz, agarrando seu AK-47.
Texto Anterior: Embaixada do Brasil em Bagdá será reaberta Próximo Texto: EUA: Bush pede união para deter proliferação de armas Índice
|