|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ataques do Taleban matam 20 em Cabul
Atentados, que se assemelham aos executados em Mumbai, atingem instalações do governo em área considerada segura
Ação visa ministérios nas proximidades do palácio presidencial, na véspera de visita oficial do enviado especial de Obama à cidade
DA REDAÇÃO
Ao menos 20 pessoas morreram em três ataques simultâneos a prédios do governo em
Cabul ontem. A ação, que ilustra o aumento da violência no
país ao atingir uma área tida como relativamente segura, visou
dois ministérios próximos do
palácio presidencial e outro alvo ao norte da capital afegã, deixando ao menos 57 feridos.
Os ataques, executados por
oito homens-bomba e reivindicados pelo Taleban, aconteceram na véspera da visita do enviado do governo Barack Obama ao Paquistão e ao Afeganistão, Richard Holbrooke.
A ação também coloca em
questão a segurança da capital.
A despeito de mais de 150 atentados terem acontecido em
2008 no país, ataques a Cabul,
onde a segurança é especialmente reforçada por tropas da
Otan (aliança militar ocidental)
e do governo afegão, são raros.
"O inimigo ainda tem capacidade de levar armas e explosivos para dentro de Cabul, o que
é uma grande causa de preocupação", disse o ministro do Interior, Mohamad Atmar.
Ao assumir a responsabilidade pelos ataques, o Taleban
afirmou ter outros homens-bomba na capital afegã.
EUA
Os atentados foram debatidos no Pentágono e qualificados por seu porta-voz de "óbvio" ato terrorista. Mas ele disse não ter informações conclusivas para atribuir a autoria ao
grupo radical que comandou o
Afeganistão até ser varrido do
poder pelos EUA e seus aliados
no final de 2001.
A Casa Branca qualificou o
episódio de "táticas brutais" e
disse que ele reforça a determinação de Obama de praticamente dobrar (para cerca de 60
mil) o contingente militar dos
EUA no país, apontado pelo novo presidente como o foco de
sua investida contra o terror.
Amerulah Saleh, chefe do
serviço secreto afegão, disse
que, antes dos ataques, os terroristas "enviaram três mensagens" ao Paquistão, onde supõe
ter sido planejada a ação.
Ele não detalhou a natureza
dos contatos, mas afirmou: "Tínhamos a informação, mas não
podíamos usá-la, era de caráter
genérico e sugeria que aconteceria um ataque espetacular
em Cabul, com vários suicidas".
Os atentados múltiplos tiveram um modus operandi similar aos ataques à cidade indiana
de Mumbai em novembro último, em que os terroristas aparentemente tentavam matar o
maior número de pessoas antes
de morrerem. Também naquele caso, o Paquistão é suspeito
de envolvimento.
Segundo o Ministério do Interior, o primeiro alvo foi o Ministério da Educação, onde um
terrorista foi morto ao tentar
invadir o prédio. Depois, cinco
militantes visaram o Ministério da Justiça. Um foi morto ao
entrar, mas seus companheiros
ganharam acesso ao prédio, onde mataram dez civis antes de
serem baleados pela polícia.
Enquanto isso, no norte da
cidade, dois terroristas tentaram invadir um prédio do Departamento Carcerário. Um
conseguiu acionar os explosivos dentro da instalação. Segundo o ministério, os oito terroristas tinham fuzis automáticos e coletes com explosivos.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Impasse amplia críticas a sistema eleitoral Próximo Texto: Papel paquistanês em Mumbai foi maior, diz governo Índice
|