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São Paulo, quarta-feira, 12 de março de 2003

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Chirac pede a Lula apoio a seu veto na ONU

KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da França, Jacques Chirac, telefonou ontem para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para pedir o apoio do Brasil à decisão francesa de vetar na ONU uma resolução que autorize um ataque ao Iraque.
Chirac aproveitou também para sondar Lula a respeito de uma eventual participação em uma reunião do G-8 (grupo que reúne os sete países mais ricos do mundo e a Rússia). Além disso, pediu a participação de Lula num grupo de países africanos.
O presidente brasileiro disse sim aos dois convites, desde que sejam oficializados.
A participação no G-8, afirmou Chirac, seria um discurso parecido com o que Lula fez no Fórum Econômico Mundial, em Davos, em janeiro, quando Lula falou contra a guerra e a favor de uma campanha mundial para erradicar a fome.
A conversa entre Chirac e Lula, a terceira em um mês, durou cerca de 20 minutos.
Chirac comentou, ainda, que o fato de o presidente dos EUA, George W. Bush, ter adiado a votação da resolução seria um sinal de que não tem maioria no Conselho de Segurança, ao contrário do que insinua. Isso seria uma espécie de primeira vitória do grupo de França, Alemanha, Rússia, que tem apoio do Brasil. Lula concordou com a avaliação.
Lula quase desistiu de falar ontem com Chirac. Durante solenidade no Palácio do Planalto sobre trabalho escravo, ele quebrou o protocolo e chamou o secretário-geral do Itamaraty, embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, e lhe disse que os discursos estavam muito longos e não daria tempo. O vice-chanceler insistiu. Lula acabou cedendo.

Annan
Lula pediu em carta ao secretário-geral da ONU, Kofi Annan, que use sua autoridade moral para tentar evitar um guerra contra o Iraque.
A carta foi entregue ontem a Annan pelo chanceler Celso Amorim. O ministro e o secretário-geral da ONU se encontram em Haia, na Holanda, onde participaram da posse dos juizes do Tribunal Penal Internacional.
Lula também relatou, no documento, os prováveis efeitos negativos de uma guerra. Não foi divulgado o conteúdo detalhado da carta.


Colaborou ANDRÉ SOLIANI, da Sucursal de Brasília


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