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Chirac pede a
Lula apoio a
seu veto na ONU
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente da França, Jacques
Chirac, telefonou ontem para o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva para pedir o apoio do Brasil à
decisão francesa de vetar na ONU
uma resolução que autorize um
ataque ao Iraque.
Chirac aproveitou também para
sondar Lula a respeito de uma
eventual participação em uma
reunião do G-8 (grupo que reúne
os sete países mais ricos do mundo e a Rússia). Além disso, pediu a
participação de Lula num grupo
de países africanos.
O presidente brasileiro disse
sim aos dois convites, desde que
sejam oficializados.
A participação no G-8, afirmou
Chirac, seria um discurso parecido com o que Lula fez no Fórum
Econômico Mundial, em Davos,
em janeiro, quando Lula falou
contra a guerra e a favor de uma
campanha mundial para erradicar a fome.
A conversa entre Chirac e Lula,
a terceira em um mês, durou cerca de 20 minutos.
Chirac comentou, ainda, que o
fato de o presidente dos EUA,
George W. Bush, ter adiado a votação da resolução seria um sinal
de que não tem maioria no Conselho de Segurança, ao contrário
do que insinua. Isso seria uma espécie de primeira vitória do grupo
de França, Alemanha, Rússia, que
tem apoio do Brasil. Lula concordou com a avaliação.
Lula quase desistiu de falar ontem com Chirac. Durante solenidade no Palácio do Planalto sobre
trabalho escravo, ele quebrou o
protocolo e chamou o secretário-geral do Itamaraty, embaixador
Samuel Pinheiro Guimarães, e lhe
disse que os discursos estavam
muito longos e não daria tempo.
O vice-chanceler insistiu. Lula
acabou cedendo.
Annan
Lula pediu em carta ao secretário-geral da ONU, Kofi Annan,
que use sua autoridade moral para tentar evitar um guerra contra
o Iraque.
A carta foi entregue ontem a
Annan pelo chanceler Celso
Amorim. O ministro e o secretário-geral da ONU se encontram
em Haia, na Holanda, onde participaram da posse dos juizes do
Tribunal Penal Internacional.
Lula também relatou, no documento, os prováveis efeitos negativos de uma guerra. Não foi divulgado o conteúdo detalhado da
carta.
Colaborou ANDRÉ SOLIANI, da Sucursal
de Brasília
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