São Paulo, sexta-feira, 12 de março de 2004

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MUNDO REAGE

EUA oferecem ajuda para achar culpados; França pede colaboração entre democracias

Líderes exortam união contra terror

Peter Dejong/Associated Press
Funcionários estendem bandeira da Espanha com uma faixa preta em homenagem às vítimas dos atentados em sacada do prédio do governo autônomo de Madri


DA REDAÇÃO

O papa João Paulo 2º, a ONU e diversos líderes mundiais, como o presidente dos EUA, George W. Bush, prestaram condolências ao rei Juan Carlos e ao governo espanhol e defenderam uma união mundial contra o terrorismo.
Em Nova York, o Conselho de Segurança das Nações Unidas, em uma decisão incomum, aprovou por unanimidade uma resolução condenando explicitamente o grupo terrorista ETA. Segundo diplomatas, o órgão atribuiu a autoria dos atentados ao ETA com base em informações apresentadas pelo governo espanhol.
O presidente Bush expressou "profundo pesar". "Aprecio demais a luta do governo espanhol contra o terror. Choramos com as famílias das vítimas", disse Bush.
O presidente da França, Jacques Chirac, disse que "nada jamais justificará essa barbárie". "As democracias devem estar -e estarão- unidas para combater [o terrorismo] sem fraquezas", disse. França e Espanha têm colaborado na repressão contra o ETA, o grupo terrorista basco que é um dos suspeitos dos ataques.
Em Portugal, o presidente Jorge Sampaio disse que, "apesar da violência indiscriminada, a democracia, a liberdade e a justiça prevalecerão". O presidente da Comissão Européia, Romano Prodi, disse que os ataques "não foram um ato político, mas um crime contra pessoas indefesas".
O premiê britânico, Tony Blair, disse que o massacre enfatiza a necessidade de os países "trabalharem juntos para proteger seus povos". Já o chanceler (premiê) alemão, Gerhard Schröder, disse que o "terror na Europa atingiu um novo grau", e o presidente russo, Vladimir Putin, escreveu ao rei que "o mundo todo deve se unir". Em Tóquio, a chanceler Yoriko Kawaguchi chamou os ataques de "imperdoáveis".
O premiê israelense, Ariel Sharon, ofereceu a colaboração de especialistas forenses pra auxiliar na identificação das vítimas. O secretário da Liga Árabe, Amr Moussa, declarou que os 22 países que integram o grupo "condenam os atos que visam matar civis inocentes", e o premiê palestino, Ahmed Korei, chamou o ataque de "operação terrorista odiosa".
A Costa Rica e a Venezuela declararam luto, enquanto na Colômbia, o presidente Alvaro Uribe expressou "solidariedade e decisão de lutar contra o terrorismo". O ditador cubano, Fidel Castro, enviou mensagem na qual diz que "Cuba entende e compartilha a dor dessa agressão injustificável".
"A morte de tanta gente não pode ser justificada por nenhuma razão", disse o secretário-geral da ONU, Kofi Annan. João Paulo 2º reprovou "ações que violam o direito fundamental à existência e solapam a coexistência pacífica".
Os atentados derrubaram os mercados. As principais bolsas européias fecharam em baixa (a espanhola caiu 2,18%) e a americana perdeu 1,64%.

Com agências internacionais

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