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Jovem assassina 15 pessoas e depois se mata na Alemanha
Proveniente de uma família de classe média, atirador, que tinha 17 anos, começou massacre pela escola onde estudara
Conhecidos descrevem Tim Kretschmer como garoto "normal", aficionado por armas e por tênis-de-mesa; motivação ainda é incógnita
Fabrizio Bensch/Reuters
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Policiais e paramédicos se posicionam no perímetro da escola secundária que foi palco do assassinato de 12 pessoas na manhã de ontem no sudoeste da Alemanha
DA REDAÇÃO
Vestido em trajes militares
pretos, um jovem de classe média de 17 anos de idade matou
ontem 15 pessoas no sudoeste
da Alemanha, num ataque encerrado com seu suicídio, segundo fontes policiais.
O atirador, Tim Kretschmer,
iniciou o ataque na escola secundária em que estudara, em
Winnenden, cidade de 27 mil
habitantes perto de Stuttgart.
Pela manhã, ele entrou no
colégio Albertville e abriu fogo
com uma pistola Beretta 9 milímetros. Para as autoridades, o
jovem aparentemente visou alvos femininos -com a maioria
dos tiros na cabeça, matou oito
alunas, três professoras e um
aluno antes de fugir. Em frente
à escola, matou outra pessoa.
As autoridades mobilizaram
mais de mil homens e um helicóptero na busca por Kretschmer. Cerca de meia hora depois
do tiroteio na escola, policiais
realizaram uma revista na casa
do atirador, onde constataram
que uma das 16 armas da coleção de seu pai estava faltando,
bem como munição -tudo adquirido conforme a lei.
O paradeiro de Kretschmer
só foi identificado pelas autoridades por volta de 12h. Ele havia sequestrado um carro e
obrigado seu condutor a atravessar um bloqueio policial na
localidade de Wendlingen, cerca de 30 km distante da escola.
O veículo saiu da pista, e o
atirador fugiu a pé. Ele buscou
refúgio em uma revenda de veículos, onde matou mais duas
pessoas. O local então foi cercado pela polícia e houve tiroteio,
que acabou quando Kretschmer atirou contra si próprio.
Interesse por armas
Segundo relatos de ex-colegas, Kretschmer não apresentava características inusitadas.
Tinha interesse em tênis-de-mesa e demonstrava profundo
conhecimento de armamentos.
Um amigo, que falou sob condição de anonimato, narrou que o
jovem disparava armas de fogo
diariamente em um bosque e
que eles haviam realizado duelos com munição de borracha.
"Nada que ele fizera levaria a
concluir que o rapaz encarava o
futuro com temor", declarou
Heribert Rech, ministro do Interior do Estado de Baden-Württenberg. O chefe da polícia da circunscrição, Erwin
Hetger, acrescentou que nada
que se sabia do comportamento recente de Kretschmer poderia ser interpretado como
prenúncio do massacre: "Os fatos ainda são inexplicáveis".
Eckehard Weiss, que treinou
o atirador em tênis-de-mesa
durante três anos e meio, contou que ele "se vestia como um
garoto normal e tinha bom relacionamento com seus colegas
de equipe".
"Ele era um menino normal,
não agressivo. Às vezes, era
bem arrogante, mas, como era
um dos melhores jogadores, isso era compreensível", disse ele
à BBC, enfatizando que
Kretschmer encarava o esporte
com seriedade -aos 11 anos falou que queria ser profissional- e costumava receber
companheiros para treinarem
na mesa que tinha em casa.
Colegas relataram também
que ele costumava se gabar do
patrimônio da família.
Legislação
A exemplo do protagonista
de uma ação similar numa escola em Erfurt (no leste alemão) em 2002, Kretschmer tinha acesso a armas em casa.
Na ocasião, o limite mínimo
para comprar armas saltou de
18 para 21 anos de idade na Alemanha e houve banimento de
alguns tipos de espingardas e
de facas.
A União Europeia já determinou a harmonização das leis
dos 27 membros até 2010, para
garantir que armas sejam vendidas apenas a maiores de 18
anos que não representem
ameaça à segurança pública.
Com agências internacionais
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