São Paulo, quinta-feira, 12 de março de 2009

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Cubanos veem 1º passo em medida dos EUA

Mas ativistas consideram tímida lei que reverte restrições impostas à ida de cubanos-americanos à ilha

DA REDAÇÃO

A suavização das restrições de viagens a Cuba para residentes nos EUA com parentes na ilha foi recebida com otimismo cauteloso por moradores de Havana. A mudança foi promulgada ontem pelo presidente Barack Obama como parte da suplementação orçamentária de US$ 410 bilhões aprovada pelo Congresso.
Na capital cubana, vários reagiram como Juan Carlos Piedra, que disse que poderá ver seu irmão que mora na Flórida mais vezes. Ele espera que o aumento do fluxo de cubanos-americanos traga mais dinheiro para o seu restaurante.
A mudança não foi noticiada nos órgãos de imprensa, todos oficiais, da ilha comunista.
O ex-diplomata cubano e hoje professor da Universidade de Havana Carlos Alzurgaray saudou a medida porque ela "reverte a tendência" dura nos anos Bush (2001-2009). "Pode ser um primeiro passo."
Com a lei, os cubanos-americanos podem viajar à ilha uma vez por ano, em vez de uma vez a cada três anos, como determinado por Bush em 2004, e lá ficar por um período ilimitado, em vez dos 14 dias atuais.
Vários ativistas e analistas que defendem o degelo das relações entre Washington e Havana criticaram a atitude dúbia da Casa Branca na questão.
Para vencer a resistência de dois senadores democratas cubanos-americanos na aprovação da lei inteira, essencial para custear o governo americano até setembro, o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, prometeu não pôr em prática uma segunda medida, que permitiria o financiamento para a compra de comida e remédio por Cuba, por exemplo.
Geithner disse que a política para Cuba está "sob revisão" e que o Congresso será ouvido.
Álvaro Fernández, presidente da Comissão Cubano-Americana para os Direitos da Família, criticou o fato de a lei promulgada não reverter as restrições de Bush a viagens, mas apenas retirar, temporariamente, a verba para custear a punição a quem viaja. "É como dizer que você pode ir numa loja e roubar porque ninguém vai te perseguir. É insultante."
Ontem, ao promulgar a suplementação orçamentária de US$ 410 bilhões, Obama disse que a lei é "imperfeita". Ele foi criticado pela inclusão de emendas parlamentares no texto, prática com a qual prometeu lidar com mais rigor.

Com agências internacionais


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