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Cubanos veem 1º passo em medida dos EUA
Mas ativistas consideram tímida lei que reverte restrições impostas à ida de cubanos-americanos à ilha
DA REDAÇÃO
A suavização das restrições
de viagens a Cuba para residentes nos EUA com parentes na
ilha foi recebida com otimismo
cauteloso por moradores de
Havana. A mudança foi promulgada ontem pelo presidente Barack Obama como parte
da suplementação orçamentária de US$ 410 bilhões aprovada pelo Congresso.
Na capital cubana, vários reagiram como Juan Carlos Piedra, que disse que poderá ver
seu irmão que mora na Flórida
mais vezes. Ele espera que o aumento do fluxo de cubanos-americanos traga mais dinheiro para o seu restaurante.
A mudança não foi noticiada
nos órgãos de imprensa, todos
oficiais, da ilha comunista.
O ex-diplomata cubano e hoje professor da Universidade de
Havana Carlos Alzurgaray saudou a medida porque ela "reverte a tendência" dura nos
anos Bush (2001-2009). "Pode
ser um primeiro passo."
Com a lei, os cubanos-americanos podem viajar à ilha uma
vez por ano, em vez de uma vez
a cada três anos, como determinado por Bush em 2004, e lá ficar por um período ilimitado,
em vez dos 14 dias atuais.
Vários ativistas e analistas
que defendem o degelo das relações entre Washington e Havana criticaram a atitude dúbia
da Casa Branca na questão.
Para vencer a resistência de
dois senadores democratas cubanos-americanos na aprovação da lei inteira, essencial para
custear o governo americano
até setembro, o secretário do
Tesouro, Timothy Geithner,
prometeu não pôr em prática
uma segunda medida, que permitiria o financiamento para a
compra de comida e remédio
por Cuba, por exemplo.
Geithner disse que a política
para Cuba está "sob revisão" e
que o Congresso será ouvido.
Álvaro Fernández, presidente da Comissão Cubano-Americana para os Direitos da Família, criticou o fato de a lei
promulgada não reverter as
restrições de Bush a viagens,
mas apenas retirar, temporariamente, a verba para custear
a punição a quem viaja. "É como dizer que você pode ir numa
loja e roubar porque ninguém
vai te perseguir. É insultante."
Ontem, ao promulgar a suplementação orçamentária de
US$ 410 bilhões, Obama disse
que a lei é "imperfeita". Ele foi
criticado pela inclusão de
emendas parlamentares no
texto, prática com a qual prometeu lidar com mais rigor.
Com agências internacionais
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