São Paulo, sexta-feira, 12 de março de 2010

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Biden faz apelo por diálogo entre Israel e palestinos

Vice-presidente dos EUA insta partes a pôr fim a crise que ofuscou sua visita à região

Discurso, porém, não dá sinais de que Washington vá exigir cancelamento de projeto de construção de casas em Jerusalém Oriental


DA REDAÇÃO

Um dia depois de os palestinos terem desistido de retomar o diálogo indireto com Israel, o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, implorou ontem a ambos os lados que superem a crise que afetou sua visita à região.
A viagem tinha como objetivo ajudar a restaurar as relações com Israel e impulsionar negociações de paz mediadas pelos EUA. Mas foi ofuscada pelo anúncio israelense de que irá construir 1.600 casas em Jerusalém Oriental.
"Eu, a pedido do presidente [Barack] Obama, condenei isso imediatamente e inequivocamente", disse Biden, em discurso na Universidade de Tel Aviv.
Apesar da crítica, o discurso serviu basicamente para louvar os laços entre americanos e israelenses. Segundo ele, os EUA continuam "ao lado de Israel contra o flagelo do terrorismo".
Biden não deu sinais de que o governo americano vá pressionar pelo cancelamento do projeto, como queriam os palestinos. Apenas disse ter recebido garantias "significativas" do premiê israelense, Binyamin Netanyahu, de que as obras não começarão imediatamente.
As palavras do vice-presidente foram vistas em Israel como uma tentativa de contrabalançar o discurso feito por Obama em junho passado, no Cairo. Muitos israelenses veem com suspeitas o líder americano, que exigiu o congelamento das colônias na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental -áreas capturadas na guerra de 1967.
Em resposta, Netanyahu limitou a construção na Cisjordânia, mas não em Jerusalém Oriental, área da cidade sagrada vista pelos palestinos como capital de seu futuro Estado.
Os planos anunciados nesta semana aprofundaram as suspeitas palestinas de que Israel não vá fazer concessões necessárias para que ambos os lados cheguem a um acordo de paz.
Anteontem, a Liga Árabe informou que o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, decidiu não participar mais do diálogo indireto.
Mas o Departamento de Estado americano disse ontem não ter recebido nenhuma informação oficial indicando que Abbas pretenda abandonar as conversações previstas.

Com agências internacionais



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