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Frei Betto
evita criticar
regime cubano
FLÁVIA MARREIRO
DA REPORTAGEM LOCAL
Instado a comentar a
greve de fome que o dissidente político cubano Guillermo Fariñas empreende há 17 dias, o escritor e
ex-assessor especial da
Presidência Frei Betto disse que, "por princípio",
não critica Cuba fora do
país, mas afirmou que
transmite a Havana o que
pensa da situação.
"Sou o único brasileiro
que pode dizer às autoridades cubanas tudo que
pensa a respeito daquele
país. Então, tenho um
princípio: amigos se criticam, inimigos se denunciam. Não falo fora de Cuba o que eu penso dessa situação, mas eu falo lá dentro", disse o frade dominicano que há décadas tem
relação próxima com os irmãos Castro e escreveu
"Fidel e a Religião" (1985).
Preso pela ditadura brasileira (1964-1985), ele fez
greve de fome em 1970 e
em 1972, por estar em cadeias comuns. "Protestava
porque me davam tratamento de preso comum,
de bandido, quando era
preso político", disse em
2006 ao portal Vermelho.
Fariñas, que até ser hospitalizado estava em sua
casa, em Santa Clara, diz
fazer sua 23ª greve de fome para exigir a soltura de
26 presos políticos que estariam doentes -e em louvor de Orlando Zapata Tamayo, que morreu na cadeia após 85 dias de jejum.
Em coluna em fevereiro,
o ex-ditador Fidel Castro
lembrou que foi Frei Betto
quem o apresentou a Luiz
Inácio Lula da Silva -alvo
de críticas por comparar
os presos políticos cubanos a "bandidos".
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