São Paulo, sexta-feira, 12 de março de 2010

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Frei Betto evita criticar regime cubano

FLÁVIA MARREIRO
DA REPORTAGEM LOCAL

Instado a comentar a greve de fome que o dissidente político cubano Guillermo Fariñas empreende há 17 dias, o escritor e ex-assessor especial da Presidência Frei Betto disse que, "por princípio", não critica Cuba fora do país, mas afirmou que transmite a Havana o que pensa da situação.
"Sou o único brasileiro que pode dizer às autoridades cubanas tudo que pensa a respeito daquele país. Então, tenho um princípio: amigos se criticam, inimigos se denunciam. Não falo fora de Cuba o que eu penso dessa situação, mas eu falo lá dentro", disse o frade dominicano que há décadas tem relação próxima com os irmãos Castro e escreveu "Fidel e a Religião" (1985).
Preso pela ditadura brasileira (1964-1985), ele fez greve de fome em 1970 e em 1972, por estar em cadeias comuns. "Protestava porque me davam tratamento de preso comum, de bandido, quando era preso político", disse em 2006 ao portal Vermelho.
Fariñas, que até ser hospitalizado estava em sua casa, em Santa Clara, diz fazer sua 23ª greve de fome para exigir a soltura de 26 presos políticos que estariam doentes -e em louvor de Orlando Zapata Tamayo, que morreu na cadeia após 85 dias de jejum.
Em coluna em fevereiro, o ex-ditador Fidel Castro lembrou que foi Frei Betto quem o apresentou a Luiz Inácio Lula da Silva -alvo de críticas por comparar os presos políticos cubanos a "bandidos".


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