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País enterrará palestinos em covas coletivas, diz jornal
DA REDAÇÃO
O Exército de Israel decidiu enterrar as vítimas palestinas na
ofensiva israelense contra o campo de refugiados de Jenin em covas coletivas temporárias, de
acordo com a edição eletrônica do
diário israelense "Haaretz". Segundo estimativas do jornal, o
número de mortos palestinos na
ação em Jenin é de cerca de 200.
Mais tarde a informação foi retirada do site, sem o diário dar explicações. Oficialmente, o Exército de Israel estava negando a informação, dada como verídica
por palestinos e algumas organizações internacionais que atuam
nas cidades palestinas.
Citando um porta-voz das Forças Armadas de Israel, o "Haaretz" dizia que há um duplo motivo para a decisão de enterrar as vítimas nas covas coletivas: em primeiro lugar, para prevenir que os
palestinos utilizem os corpos intencionalmente para propaganda
e, em segundo lugar, para evitar
que a decomposição dos corpos
nas ruas provoque epidemias.
Pela primeira vez ontem, imagens de TV mostraram as cenas
da devastação do campo de refugiados de Jenin, porém nenhum
corpo era visível. Jornalistas que
estiveram no campo de Jenin ontem, que ficou fechado para a imprensa durante a operação, disseram que o local está devastado pelos oito dias de combate.
Prisões
O Exército de Israel afirmou que
4.185 palestinos foram presos desde o início da operação para "eliminar a infra-estrutura terrorista", no dia 29, após série de atentados suicidas que mataram mais
de cem israelenses.
Quase metade das prisões ocorreram nos últimos dois dias. Muitos militantes, sem munição, se
renderam em Nablus e no campo
de refugiados de Jenin, onde a resistência palestina contra a ocupação israelense foi mais dura. No
início da semana, 13 soldados de
Israel foram mortos em emboscada no campo. Entre os detidos na
operação estão 121 palestinos que
fazem parte da lista de mais procurados de Israel.
No campo de refugiados de Jenin, cerca de 30 palestinos armados se renderam. Aparentemente
eles eram os últimos palestinos
que tentavam resistir à ofensiva
israelense no local. Entre os rendidos está o xeque Ali Sfouri, do
grupo extremista Jihad Islâmico,
envolvido no planejamento de vários atentados contra israelenses,
de acordo com Israel.
"Objetivos alcançados"
O chefe de operações militares
de Israel em Jenin, o general Eyal
Shlein, afirmou que os israelenses
alcançaram "os objetivos desejados na incursão, destruindo a infra-estrutura terrorista no campo,
prendendo integrantes da lista de
mais procurados e confiscando
armamentos e explosivos".
Muitos dos presos, afirmou o
general, "já haviam gravado imagens para serem divulgadas após
as suas mortes em atentados. E
eliminamos alguns dos responsáveis pela ajuda aos terroristas".
Desocupação
Israel se retirou de 24 vilas palestinas na Cisjordânia, porém
manteve suas operações nas cidades grandes ainda ocupadas, onde foram presos mais palestinos,
apesar das pressões externas para
que seja colocado um fim às duas
semanas de ofensiva.
Apesar de desocupar 24 vilas
palestinas, as forças israelenses
entraram no campo de refugiados
de Ein Beit Hilmeh e nas cidades
de Dahariyah e Bir Zeit, onde se
localiza uma das mais prestigiadas universidades palestinas. Cerca de 300 pessoas foram presas, a
maior estudantes, disseram os palestinos.
Os alunos da Universidade Bir
Zeit, a maior dos territórios palestinos, receberam ordens dos militares israelenses para deixarem os
dormitórios e se apresentarem às
forças israelenses.
Um toque de recolher foi imposto aos estudantes, e a entrada
da universidade, um bastião do
nacionalismo palestino, estava
sob controle de israelenses.
A batalha em Nablus terminou
anteontem, quando cerca de cem
atiradores, com fome, exaustos e
sem munição, deixaram uma
mesquita da cidade.
Em Hebron, um homem-bomba se explodiu prematuramente
ao entrar em um táxi, segundo Israel. Ele iria cometer um atentado. Por um curto espaço de tempo, tanques israelenses entraram
em Tulkarem, cidade palestina
desocupada na semana passada.
Uma palestina de 24 anos foi presa. Segundo o Exército, ela planejava um atentado suicida contra
israelenses.
Com agências internacionais
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