São Paulo, quinta-feira, 12 de abril de 2007

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Justiça dos EUA concede liberdade a Posada Carriles

Fidel protesta contra soltura de ex-agente da CIA, acusado de atentados em Cuba

O militante anticastrista já esteve preso na Venezuela e escapou da prisão em 1985, quando era julgado por explosão de avião cubano

DA REDAÇÃO

Uma juíza federal dos EUA recusou anteontem no fim do dia a apelação da Promotoria para que voltasse atrás na decisão de soltar sob fiança o cubano naturalizado venezuelano Luis Posada Carriles.
Carriles, 79, preso nos EUA por ter entrado ilegalmente no país, é um militante anticastrista que trabalhou para a CIA e é acusado em Cuba e na Venezuela pelo atentado a um avião cubano em 1976.
A decisão da juíza Kathleen Cardone resultou num protesto do ditador cubano, Fidel Castro, por meio de artigo publicado no jornal oficial de Cuba, o "Granma". No texto, o terceiro assinado por Fidel desde que, por motivo de saúde, transferiu o poder a seu irmão Raúl, em julho passado, Fidel acusa o governo americano de haver libertado um "monstro". Castro tem dito há tempos que o governo americano dá proteção a Carriles.
Luis Posada Carriles foi treinado pela CIA para participar da invasão da baía dos Porcos, a malfadada tentativa de derrubar Fidel em 1961.
O governo cubano acusa-o de planejar um atentado contra um avião da companhia Cubana de Aviación, que explodiu em pleno ar, em 1976, matando 73 pessoas. Pesa sob o ex-agente da CIA também a acusação de promover uma série de atentados a bomba em hotéis de Havana, em 1997, que mataram uma pessoa.
Poucos dias depois do atentado ao avião, Carriles foi preso na Venezuela. Ele conseguiu escapar da prisão anos depois, em 1985, quando estava sendo julgado pela explosão do avião.
Em 2000, Carriles foi preso novamente, no Panamá, e acusado de crimes menores. Ele saiu do país em 2004, após ser perdoado pelo então presidente, Mireya Moscoso.
Carriles voltou a ser preso, em 2005, na Flórida, após entrar ilegalmente nos EUA. Atualmente ele está sendo processado por ingresso ilegal nos EUA e por ter mentido a autoridades na tentativa de se naturalizar americano.
O governo venezuelano exige que Washington cumpra tratados diplomáticos e extradite Carriles para que ele continue sendo julgado. A família de Carriles, que vive em Miami, depositou ontem a fiança de US$ 250 mil.


Com agências internacionais


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