|
Texto Anterior | Índice
perfil
Combate à URSS marcou formação
DA SUCURSAL DO RIO
Se há algo que irrita
Zbigniew Brzezinski é que
chamem de fraco o presidente Jimmy Carter, ao
qual serviu. Numa carta
recente à revista "Foreign
Policy", em resposta a artigo que advertia Barack
Obama contra a "síndrome de Carter", o estrategista linha-dura faz uma
lista do que considera conquistas do democrata, a
maioria relacionada ao enfraquecimento do regime
soviético.
O combate à URSS deu o
norte à carreira de Brzezinski -cujo pai, um diplomata que servia no Canadá durante a Segunda
Guerra, decidiu não voltar
à Europa depois que a Polônia foi incorporada ao
bloco soviético no Acordo
de Yalta (1945), que dividiu o continente entre os
vencedores do conflito.
Ele, que previu em seu
mestrado que os nacionalismos minariam o comunismo, orgulha-se do
apoio secreto ao sindicato
polonês Solidariedade e do
financiamento aos combatentes islâmicos afegãos,
iniciado, como revelou em
1998 a "Le Nouvel Observateur", antes mesmo da
invasão soviética de 1979.
Questionado se se arrependia de ter dado armas e
dinheiro a futuros terroristas, Brzezinski disse: "O
que importa mais na história mundial? O Taleban
ou o colapso do império
soviético? Alguns muçulmanos exaltados ou a liberação da Europa Central e
o fim da Guerra Fria?".
Da mesma forma, fez
piada quando o presidente
George W. Bush declarou
que o terror era o maior
desafio ideológico do século 21: "Não se declara guerra a um método".
Brzezinski foi crítico ao
aumento de tropas no Afeganistão determinado por
Obama, e seu ativismo pelo Estado palestino o tornou persona non grata entre os grupos pró-Israel
mais conservadores. "É
imoral a noção de que podemos provar nossa amizade com Israel matando
de fome as pessoas em Gaza", disse.
Para ele, os novos desafios aos EUA passam pela
mudança do "eixo de poder" do Atlântico para o
Leste Asiático, pelo "despertar político global" e
por "problemas comuns
como o aquecimento climático, a pobreza e a injustiça".
(CA)
Texto Anterior: Raio-X Índice
|