São Paulo, quarta-feira, 12 de maio de 2004

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GUERRA SEM LIMITES

Bush decide mandar mensagem a Damasco, mas evita medidas drásticas; premiê sírio diz que ação é "injusta"

EUA impõem sanções econômicas brandas à Síria

DA ASSOCIATED PRESS

O presidente dos EUA, George W. Bush, proibiu ontem todas as exportações do país à Síria, exceto alimentos e medicamentos, impondo sanções ao país árabe após inúmeras acusações de que ela apóia terroristas e mina os esforços americanos no Iraque ao não impedir a entrada de guerrilheiros no território iraquiano.
As ações do governo sírio no que tange à sua tentativa de obter armas de destruição em massa e à ocupação do Líbano representam uma "extraordinária ameaça à segurança nacional, à política externa e à economia dos EUA", disse Bush ao assinar a imposição de sanções ao país vizinho do Iraque.
A medida também proíbe vôos entre os dois países, impõe restrições às relações entre bancos americanos e sírios e autoriza o Departamento do Tesouro dos EUA a congelar ativos pertencentes a pessoas sírias ou a organizações envolvidas com o terrorismo, a busca por armas de destruição em massa, a ocupação do Líbano e a insurgência iraquiana.
Há muito tempo, os EUA acusam a Síria de apoiar grupos terroristas e extremistas, como o Hamas (palestino) e o Hizbollah (libanês), e de não impedir a entrada de guerrilheiros no Iraque.
O comércio entre os EUA e a Síria é pequeno, de cerca de US$ 300 milhões por ano. As sanções econômicas vão além do mínimo exigido por uma lei aprovada pelo Congresso no final de 2003. A lei dá base legal à medida tomada pelo governo americano ontem.
Bush preferiu, porém, não tomar medidas mais drásticas previstas na lei, como sanções econômicas que proibiriam que empresas americanas fizessem negócios no país do Oriente Médio.
"O presidente Bush fez o que podia para mandar uma mensagem à Síria por meio de canais diplomáticos, buscando mostrar a Damasco que seu apoio ao Hamas e ao Hizbollah deveria acabar. Mas a Síria continuou a apoiá-los, e as sanções se tornaram inevitáveis", disse a deputada republicana Ileana Ros-Lehtinen.

Reação síria
Segundo o premiê sírio, Mohammad Naji Otri, as sanções econômicas impostas pelos EUA são "injustas e injustificáveis". "Essas sanções não afetarão a Síria", afirmou Otri. Ele exortou os EUA a "não causar problemas entre os dois países".


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