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ÁFRICA
Denúncias envolvem integrantes das forças de paz
ONU vai investigar abusos sexuais cometidos por sua missão no Congo
DA ASSOCIATED PRESS
A ONU anunciou ontem a criação de uma comissão para apurar
denúncias de abusos sexuais cometidos por membros da própria
organização na República Democrática do Congo (ex-Zaire).
"É muito importante para a
ONU deixar claro que esse tipo de
comportamento não é aceitável",
disse Leocadia Salmeron, porta-voz da missão no Congo. Segundo Salmeron, "alguns elementos"
das forças de paz teriam abusado
sexualmente de congoleses, inclusive menores de idade.
A porta-voz não deu detalhes
sobre quando a comissão será formada, quais serão seus integrantes e nem como as Nações Unidas
foram informadas sobre os supostos abusos na Província de
Ituri, onde estão cerca de 4.700
soldados de forças de paz, 40 observadores militares desarmados
e 60 funcionários civis da ONU.
A grande maioria desses soldados está em Bunia -capital da
Província, 1.900 km a nordeste de
Kinshasa, a capital do país-,
com a missão de conter os confrontos entre tribos rivais.
Devido à guerra civil iniciada
em 1998, tropas da ONU foram
mandadas para o país -o terceiro maior da África- em 1999. O
conflito entre rebeldes e governo
acabou em junho de 2003, com a
formação de uma administração
de transição. No entanto, a violência tribal continuou no leste e no
nordeste do Congo.
Desde 1999, a briga entre as tribos hema e lendu causou a morte
de 50 mil pessoas e obrigou outras
500 mil a abandonar suas casas.
No último grande choque entre as
duas tribos, em maio e junho do
ano passado, mais de 500 pessoas
morreram.
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