São Paulo, quarta-feira, 12 de maio de 2004

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ÁFRICA

Denúncias envolvem integrantes das forças de paz

ONU vai investigar abusos sexuais cometidos por sua missão no Congo

DA ASSOCIATED PRESS

A ONU anunciou ontem a criação de uma comissão para apurar denúncias de abusos sexuais cometidos por membros da própria organização na República Democrática do Congo (ex-Zaire).
"É muito importante para a ONU deixar claro que esse tipo de comportamento não é aceitável", disse Leocadia Salmeron, porta-voz da missão no Congo. Segundo Salmeron, "alguns elementos" das forças de paz teriam abusado sexualmente de congoleses, inclusive menores de idade.
A porta-voz não deu detalhes sobre quando a comissão será formada, quais serão seus integrantes e nem como as Nações Unidas foram informadas sobre os supostos abusos na Província de Ituri, onde estão cerca de 4.700 soldados de forças de paz, 40 observadores militares desarmados e 60 funcionários civis da ONU.
A grande maioria desses soldados está em Bunia -capital da Província, 1.900 km a nordeste de Kinshasa, a capital do país-, com a missão de conter os confrontos entre tribos rivais.
Devido à guerra civil iniciada em 1998, tropas da ONU foram mandadas para o país -o terceiro maior da África- em 1999. O conflito entre rebeldes e governo acabou em junho de 2003, com a formação de uma administração de transição. No entanto, a violência tribal continuou no leste e no nordeste do Congo.
Desde 1999, a briga entre as tribos hema e lendu causou a morte de 50 mil pessoas e obrigou outras 500 mil a abandonar suas casas. No último grande choque entre as duas tribos, em maio e junho do ano passado, mais de 500 pessoas morreram.


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