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Estilo rendeu comparações com Tony Blair
DO ENVIADO A MADRI
De tanto manifestar sua
admiração por Tony Blair,
premiê (trabalhista) entre
1997 e 2007, David William
Donald Cameron -ou simplesmente "Dave" para a
mulher Samantha- ganhou
da mídia britânica o apelido
de "Tory Blair".
"Tory" é o nome que se dá
aos conservadores britânicos, herança do século 17
quando o Partido Conservador assim se chamava.
Difícil é dizer se o apelido
do novo primeiro-ministro é
uma bênção ou uma praga.
Blair foi imensamente popular quando tomou o controle
do Partido Trabalhista, levou-o para o centro e cunhou
a expressão "Novo Trabalhismo". Mas caiu em desgraça por ter apoiado o ataque ao Iraque.
Cameron também quer
criar um novo conservadorismo, que preserve o viés
antiestado de sempre mas
tenha pinceladas tidas como
progressistas em temas como ambiente, crime e diversidade (apoia o casamento
gay e não é contra o aborto,
por exemplo).
Mesmo em relação ao papel do Estado, Cameron promete preservar o NHS, o serviço público de saúde, até por
uma dívida de gratidão pessoal: foi o NHS que cuidou de
seu filho Ivan, que nasceu
com paralisia cerebral e morreu em 2009, aos seis anos.
Para brasileiros, é um choque saber que recorre à saúde pública até esse neto de
um barão, puro produto da
aristocracia britânica, que
estudou em Eton e Oxford,
quintessência do elitismo.
Líder conservador desde
2005, Cameron, nascido em
Londres, não rompe só o domínio trabalhista como devolve o poder aos ingleses
após 13 anos sob os escoceses
Blair e Gordon Brown.
(CR)
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