São Paulo, quarta-feira, 12 de maio de 2010

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Estilo rendeu comparações com Tony Blair

DO ENVIADO A MADRI

De tanto manifestar sua admiração por Tony Blair, premiê (trabalhista) entre 1997 e 2007, David William Donald Cameron -ou simplesmente "Dave" para a mulher Samantha- ganhou da mídia britânica o apelido de "Tory Blair".
"Tory" é o nome que se dá aos conservadores britânicos, herança do século 17 quando o Partido Conservador assim se chamava.
Difícil é dizer se o apelido do novo primeiro-ministro é uma bênção ou uma praga. Blair foi imensamente popular quando tomou o controle do Partido Trabalhista, levou-o para o centro e cunhou a expressão "Novo Trabalhismo". Mas caiu em desgraça por ter apoiado o ataque ao Iraque.
Cameron também quer criar um novo conservadorismo, que preserve o viés antiestado de sempre mas tenha pinceladas tidas como progressistas em temas como ambiente, crime e diversidade (apoia o casamento gay e não é contra o aborto, por exemplo).
Mesmo em relação ao papel do Estado, Cameron promete preservar o NHS, o serviço público de saúde, até por uma dívida de gratidão pessoal: foi o NHS que cuidou de seu filho Ivan, que nasceu com paralisia cerebral e morreu em 2009, aos seis anos.
Para brasileiros, é um choque saber que recorre à saúde pública até esse neto de um barão, puro produto da aristocracia britânica, que estudou em Eton e Oxford, quintessência do elitismo.
Líder conservador desde 2005, Cameron, nascido em Londres, não rompe só o domínio trabalhista como devolve o poder aos ingleses após 13 anos sob os escoceses Blair e Gordon Brown. (CR)


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