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São Paulo, quinta-feira, 12 de junho de 2003

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PAZ SOB ATAQUE

Terrorista suicida se explode em ônibus israelense lotado; ataques israelenses em Gaza matam dez palestinos

Hamas mata 16 em Jerusalém; Israel mata 10

Shlomy Cohen/France Presse
Israelense ajuda no resgate de vítimas do ataque terrorista palestino em rua central de Jerusalém
 
Mohammed Abed/France Presse
Palestino remove corpo de vítima de carro após disparos de mísseis feitos por israelenses em Gaza


DA REDAÇÃO

Um terrorista suicida do grupo palestino Hamas detonou explosivos presos a seu corpo em um ônibus no centro de Jerusalém, matando 16 pessoas e ferindo quase cem. Mais tarde, helicópteros israelenses lançaram dois ataques com mísseis em Gaza. Dez palestinos morreram, incluindo ao menos dois membros de alto escalão do Hamas.
O Hamas disse que o atentado em Jerusalém foi uma resposta à tentativa israelense de matar anteontem Abdel Aziz Rantissi, uma das mais importantes lideranças do grupo terrorista. A ação israelense já havia sido um revide a ataque conjunto dos grupos terroristas palestinos Hamas, Jihad Islâmico e Brigadas de Al Aqsa que matou quatro soldados israelense no domingo.
O novo ciclo de violência é um duro golpe nos renovados esforços de paz. Na semana passada, os premiês israelense, Ariel Sharon, e palestino, Abu Mazen, haviam se comprometido a implementar o novo plano de paz em cúpula com o presidente dos EUA, George W. Bush, na Jordânia.
Nenhum dos dois lados está cumprindo integralmente as suas obrigações: os palestinos não estão contendo o terror e Israel continua realizando ações militares nas áreas palestinas, sem passar a tarefa para o premiê palestino.
Rantissi, que está ferido em hospital, disse que o "Hamas manterá a sua resistência até acabar com o sofrimento palestino e Sharon perceber que esta terra é palestina, dos muçulmanos". O xeque Ahmed Iassin, líder religioso do Hamas disse que "a reposta [aos israelenses] continuará". O Hamas quer eliminar Israel e estabelecer um Estado palestino islâmico em toda a região.
Sharon disse ontem que "Israel continuará perseguindo os grupos terroristas palestinos e lutando contra os que financiam, encomendam e executam ataques contra judeus".
O chanceler israelense, Silvan Shalom, disse que declarações anteriores de Mazen de que não pretende desmantelar os grupos terroristas, como previsto no plano, foram vistas como um sinal verde para os atentados.
Mazen pediu que Israel e os grupos palestinos cessem os ataques para que o plano de paz seja implementado. Em comunicado, o premiê disse: "Os dois lados precisam cumprir um cessar-fogo".
Mazen tem tentado, sem sucesso, convencer o Hamas e outros grupos terroristas a cessarem os ataques contra alvos israelenses.
Sua tarefa, que já era difícil, ficou mais complicada após os recentes ataques de Israel.
O Hamas enviou o terrorista para Jerusalém disfarçado de judeu ortodoxo. Na rua Jaffa, uma das mais movimentadas e policiadas da cidade Jerusalém, o suicida embarcou no ônibus.
O atentado de ontem foi o mais mortal nos últimos três meses e o primeiro em território israelense após a cúpula de paz.
Hagit Stein, que trabalha em uma loja de sapatos, afirmou que não sabia para onde correr. Ela havia descido do mesmo ônibus pouco antes. "Não acredito, tive muita sorte", disse. A funcionária pública Shirli Rafael disse ter visto mãos espalhadas pelo chão. "Havia um grupo de mulheres cobertas de sangue. Vi um corpo sem cabeça perto da porta", afirmou.
Natan Sharansky, ministro de Assuntos de Jerusalém, se posicionou ao lado do ônibus balançando a cabeça. "Minha filha costuma pegar esse ônibus", afirmou. Ativistas de extrema direita gritaram "morte aos árabes" ao lado do local do atentado.

Faixa de Gaza
Minutos após o atentado, Israel atacou novamente com helicópteros Gaza, em ação que visava membros do Hamas.
O alvo do ataque foi um carro em que viajavam dois membros do grupo terrorista. Um deles era Tito Massoud, uma liderança da ala militar do grupo. Israel o acusa de envolvimento no lançamento de mísseis caseiros Qassam contra alvos israelenses. Outros seis civis morreram. Mais tarde, helicópteros de Israel lançaram mais mísseis em Gaza, matando outras duas pessoas.

Com agências internacionais


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