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Chávez conclama partidários a doar bens excedentes
"Quero verdadeiros socialistas", afirma venezuelano aos inscritos no novo Partido Socialista Unido da Venezuela
Presidente anuncia doação de prêmio que recebeu da Líbia e sugere que bens não-essenciais sejam deixados em praça para necessitados
FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS
O presidente venezuelano,
Hugo Chávez, fez anteontem
um apelo aos cerca de 5 milhões de militantes pré-inscritos no recém-formado Partido
Socialista Unido da Venezuela
(PSUV) para que doem quaisquer bens excedentes à revolução, de geladeira a caminhão.
Como exemplo, anunciou a
doação de parte de um prêmio
de US$ 250 mil que havia recebido do governo líbio.
"Aquele que tenha uma geladeira de que não precisa, coloque-a na praça Bolívar, aquele
que tenha um caminhão de que
não precisa, um ventilador,
uma cozinha, desprendam-se
de algo, não sejamos egoístas.
Eu exijo! Se, desses 5 milhões
de aspirantes, eu ficar com cinco, eu prefiro. Mas quero ser
acompanhado de verdadeiros
socialistas", disse Chávez, durante seu programa de TV semanal "Alô, presidente".
"Tenho uma conta de poupança de um prêmio que me
deram na Líbia, de US$ 250 mil.
Doei uma parte para um esforço de intelectuais. Não preciso
desse dinheiro, vou colocá-lo
sobre a mesa porque aspiro a
ser do PSUV, vamos ver quem
me segue", afirmou Chávez.
Ao longo do programa, que
durou sete horas, o presidente
venezuelano deu sinais de descontração, em meio à redução
dos protestos estudantis contra
o fim das transmissões do canal
oposicionista RCTV, cuja licença não foi renovada por Chávez
-que alegou como motivo
principal a participação da
emissora no frustrado golpe de
Estado contra ele, em abril de
2002.
Atentado com estilingue
A dirigente chavista Lina
Ron, integrante da cúpula do
PSUV, afirmou ontem que sofreu uma tentativa de assassinato planejada pela oposição e
levada a cabo por um menino
de 11 anos e seu estilingue.
O atentado teria ocorrido na
sexta-feira, quando ela estava
na sede da emissora estatal Venezolana de Televisión (VTV).
"Por menos de um centímetro não me executaram com
um pedaço de chumbo, atingindo-me na cabeça", escreveu,
em artigo publicado no jornal
"El Nuevo País".
No relato, Lina Ron diz que
conseguiu capturar o autor do
disparo de estilingue, um menino de 11 anos que estava acompanhado de outros três colegas
da mesma idade.
Ron insinuou ainda que a estratégia pode ser usada contra
Chávez, que acusa os EUA de
planejarem o seu assassinato.
"Há 15 dias, vínhamos informando ao governo que estão
trabalhando a psique das criancinhas da escola primária. Na
sexta-feira, observamos como
no próprio colégio que está
dentro do [Palácio] Miraflores
estão os moleques infiltrados
pela direita, o que os converte
nos perfeitos cavalos de Tróia."
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