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Ahmadinejad descarta romper com a AIEA e corteja Pequim
Em visita à China, iraniano louva boa relação apesar de sanção
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, disse
ontem que a decisão da China de apoiar novas sanções
contra Teerã não afetará as
relações bilaterais e descartou rompimento com a AIEA
-agência atômica da ONU.
Em visita à Expo Xangai,
Ahmadinejad garantiu que o
Irã "tem boa relação com a
China, e não há razão para
enfraquecê-la". "Nosso principal problema são os EUA.
Não temos nenhum problema com os outros", disse.
Historicamente resistente
à aplicação de política linha-dura contra Teerã, a China
-assim como a Rússia- cedeu às pressões dos EUA e
aliados e votou a favor das
sanções no Conselho de Segurança da ONU na quarta,
mas não sem antes obter garantias a seus negócios.
O comércio entre Teerã e
Pequim chegou em 2009 a
quase US$ 40 bilhões. E a
China compra do Irã -grande produtor de petróleo- o
equivalente a 11% dos recursos necessários para a produção da energia que sustenta
seu acelerado crescimento.
Anteontem, o embaixador
iraniano na AIEA, Ali Soltanieh, havia criticado a China,
se dizendo "perplexo" pelo
"comportamento de duas faces", que "prejudicará os laços no mundo muçulmano".
Na visita de Ahmadinejad,
porém, não estavam previstos encontros com nenhuma
autoridade chinesa. E, apesar de contemporizar com
Pequim, Ahmadinejad criticou indiretamente o país
aliado ao dizer que as potências atômicas tentam monopolizar a tecnologia nuclear.
AIEA
O presidente iraniano descartou também suspender a
cooperação do país com a
AIEA, indo na contramão do
que um líder parlamentar havia sinalizado na véspera.
"Não há razão para [os inspetores] deixarem o Irã. Não
temos problemas com nosso
programa nuclear pacífico."
Anteontem, o presidente
da Comissão de Relações Exteriores e Segurança Nacional do Parlamento, Alaeddin
Boroujerdi, convocara para
amanhã sessão para "aprovar leis" revendo laços com a
agência -embora suas posições não necessariamente reflitam aquelas do governo.
Ahmadinejad garantiu, no
entanto, que Teerã seguirá
enriquecendo urânio, contrariando desejo dos EUA e
aliados, que acusam o país
de desenvolver a bomba atômica -o que o regime nega.
O iraniano voltou ainda a
qualificar as sanções de "pedaço de papel inútil" e "um
grande erro" americano e a
fazer dura crítica aos EUA.
Para o iraniano, os EUA
são governados por "sionistas" que apoiam Israel, "um
país condenado", e não são
contra as bombas atômicas
porque "têm no Oriente Médio um [aliado] com bomba".
BRASIL
Ahmadinejad voltou também a elogiar o Brasil e a Turquia -dois únicos membros
do Conselho de Segurança
que votaram contra as novas
sanções na última quarta-,
afirmando que as suas posições "sinalizam nova frente
de países independentes".
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