São Paulo, domingo, 12 de setembro de 2004

Próximo Texto | Índice

11 DE SETEMBRO

No 3º aniversário dos atentados, presidente dos EUA defende sua política externa e agradece "sacrifícios"

Bush diz que Guerra do Iraque foi "essencial"

DE WASHINGTON

Na mais política das homenagens às vítimas do 11 de Setembro, o presidente dos EUA, George W. Bush, justificou ontem a Guerra do Iraque como "histórica e essencial" e agradeceu o "sacrifício" dos mais de mil americanos mortos em combate.
Em cerimônia na Casa Branca às 8h46 (9h46 em Brasília), Bush guardou momentos de silêncio pelos mais de 3.000 mortos nos ataques a Nova York e Washington, há três anos.
Logo depois, em seu discurso semanal no rádio, o presidente afirmou que o 11 de Setembro "comprimiu em uma única manhã a guerra entre o bem e o mal" e voltou a exaltar os "avanços" dos EUA na guerra ao terror, tema onipresente em sua campanha eleitoral.
"Os ataques do 11 de Setembro representaram uma mudança para o nosso país. Vimos o objetivo de nossos inimigos: expandir a escala de seus ataques. Nós aceitamos a nossa missão: vamos derrotar esse inimigo", disse o presidente.
Bush qualificou como "difícil" a atual "missão" dos EUA no Iraque e no Afeganistão, mas justificou as campanhas militares afirmando que "o sacrifício de hoje vai ajudar a transformar o Oriente Médio, trazendo mais segurança a nossos filhos e netos".
O 11 de Setembro tem estado presente diariamente nos discursos de Bush desde a convenção nacional de seu partido, o Republicano, realizada há dez dias, em Nova York.
Na sexta, Bush já havia feito um pronunciamento oficial sobre o 11 de Setembro, data proclamada agora nos EUA como "Dia do Patriotismo".
Na ocasião, o presidente voltou a exaltar sua "liderança" na guerra contra o terror.
"Desde o 11 de Setembro, a América tem travado uma guerra sem descanso contra o terrorismo ao redor do mundo. Estamos na ofensiva, atingindo terroristas no exterior para não ter de enfrentá-los aqui. Diante do perigo, a América está mostrando seu caráter e está confiante na sua vitória", disse o presidente.
No mesmo dia, em campanha eleitoral na Virgínia, Bush usou o 11 de Setembro para justificar a guerra no Iraque e para atacar seu adversário, o candidato democrata John Kerry.
"Se seguíssemos o caminho dele (Kerry), Saddam Hussein ainda estaria no poder e continuaria sendo uma ameaça para o mundo", disse Bush.
"Kerry tem mais posições conflitantes (sobre a guerra) do que todos os seus colegas no Senado juntos."
Durante um único discurso anteontem, Bush repetiu seis vezes que sua administração fez dos EUA "um lugar mais seguro".
"Se vocês quiserem uma América mais segura e próspera, vocês têm de me dar a oportunidade de ficar mais quatro anos na Presidência", afirmou Bush.
Em uma última pesquisa realizada pelo "Washington Post" e pela rede de TV ABC, Bush aparece com 22 pontos de vantagem em relação a Kerry sobre quem seria o melhor candidato para enfrentar ameaças terroristas. A vantagem sobe para 27 pontos na questão sobre quem seria o "líder mais forte".
A mesma pesquisa mostrou que os americanos continuam totalmente inseguros em relação à ameaça terrorista: 73% acreditam que o país sofrerá um novo ataque, um percentual praticamente igual ao registrado há três anos, logo depois do 11 de setembro de 2001.(FERNANDO CANZIAN)

Próximo Texto: Bin Laden ainda ordena ataque, diz general dos EUA
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.