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Representante iraniano vê dilema nuclear perto do fim
Responsável por programa atômico está no Brasil
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em meio a uma troca de farpas entre governo americano e
a agência nuclear da ONU
(AIEA) por conta do programa
nuclear desenvolvido por seu
país, o vice-secretário-geral do
Conselho Supremo para Segurança Nacional do Irã, Mohammad Nahavandian, afirmou ontem em Brasília crer que a polêmica esteja "no início do fim".
Para ele, seu país -como
afirmou recentemente a agência- está cooperando com a
AIEA: "É uma abertura para o
final. A agência tomou um caminho, toda a informação prestada pelo Irã será satisfatória
para esclarecer as dúvidas. Isso
será o fim desta história".
Teerã afirma que enriquece
urânio para produzir eletricidade, mas os EUA crêem que o
objetivo é construir uma bomba. Nas últimas semanas, com o
anúncio iraniano de expansão
do programa, Washington vem
contestando a posição do presidente da AIEA, Mohammed El
Baradei, de dar mais tempo ao
país. Sob acordo recente, o Irã
se comprometeu a detalhar
suas atividades à agência para
monitoramento.
Desde segunda-feira, representantes de 35 países estão
discutindo a questão em reunião da AIEA, em Viena. Ontem, El Baradei defendeu o
acordo: "É a primeira vez que o
Irã subscreve um plano destinado a resolver todas as pendências dentro de prazos".
Nahavandian, um dos responsáveis pelo programa nuclear, exortou os demais países
a apoiarem a posição iraniana.
"Todos os países que queiram
uma solução amigável devem
apoiar esta oportunidade [de
acordo]", afirmou. Segundo ele,
não há interesse brasileiro em
cooperação na área nuclear.
O iraniano chegou ao Brasil
no domingo e retorna hoje a
Teerã. Nahavandian disse que o
governo brasileiro demonstrou
interesse em adquirir gás natural de seu país, que possui uma
das maiores reservas do mundo, mas defendeu também o
uso de biocombustíveis.
A agenda bilateral incluiu a
possibilidade de incentivos fiscais para que o Brasil promova
investimentos diretos no Irã.
Nahavandian defendeu o uso
do seu país como plataforma de
entrada de produtos brasileiros
nos países vizinhos.
(IURI DANTAS)
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