São Paulo, quarta-feira, 12 de setembro de 2007

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Representante iraniano vê dilema nuclear perto do fim

Responsável por programa atômico está no Brasil

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em meio a uma troca de farpas entre governo americano e a agência nuclear da ONU (AIEA) por conta do programa nuclear desenvolvido por seu país, o vice-secretário-geral do Conselho Supremo para Segurança Nacional do Irã, Mohammad Nahavandian, afirmou ontem em Brasília crer que a polêmica esteja "no início do fim".
Para ele, seu país -como afirmou recentemente a agência- está cooperando com a AIEA: "É uma abertura para o final. A agência tomou um caminho, toda a informação prestada pelo Irã será satisfatória para esclarecer as dúvidas. Isso será o fim desta história".
Teerã afirma que enriquece urânio para produzir eletricidade, mas os EUA crêem que o objetivo é construir uma bomba. Nas últimas semanas, com o anúncio iraniano de expansão do programa, Washington vem contestando a posição do presidente da AIEA, Mohammed El Baradei, de dar mais tempo ao país. Sob acordo recente, o Irã se comprometeu a detalhar suas atividades à agência para monitoramento.
Desde segunda-feira, representantes de 35 países estão discutindo a questão em reunião da AIEA, em Viena. Ontem, El Baradei defendeu o acordo: "É a primeira vez que o Irã subscreve um plano destinado a resolver todas as pendências dentro de prazos".
Nahavandian, um dos responsáveis pelo programa nuclear, exortou os demais países a apoiarem a posição iraniana. "Todos os países que queiram uma solução amigável devem apoiar esta oportunidade [de acordo]", afirmou. Segundo ele, não há interesse brasileiro em cooperação na área nuclear.
O iraniano chegou ao Brasil no domingo e retorna hoje a Teerã. Nahavandian disse que o governo brasileiro demonstrou interesse em adquirir gás natural de seu país, que possui uma das maiores reservas do mundo, mas defendeu também o uso de biocombustíveis.
A agenda bilateral incluiu a possibilidade de incentivos fiscais para que o Brasil promova investimentos diretos no Irã. Nahavandian defendeu o uso do seu país como plataforma de entrada de produtos brasileiros nos países vizinhos. (IURI DANTAS)


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