São Paulo, sábado, 12 de outubro de 2002

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Autorização para uma ação militar é aprovada também no Senado

DA REDAÇÃO

O Senado dos EUA acompanhou a decisão da Câmara e deu autorização ao presidente George W. Bush para atacar o Iraque, se isso se fizer necessário para desarmar o regime do ditador Saddam Hussein, a quem Washington acusa de estar desenvolvendo armas de destruição em massa.
Por 77 votos a favor contra 23, a Casa, dominada pelos democratas, aprovou a resolução durante a madrugada de ontem. A Câmara, que tem maioria republicana, havia aprovado a mesma resolução algumas horas antes, na noite de quinta, por 296 a 133.
O senador Tom Daschle, líder da maioria democrata na Casa, votou a favor da resolução. Daschle vinha se destacando nas últimas semanas como feroz crítico ao intento de Bush de ir à guerra.
Daschle indicou que houve uma negociação com a Casa Branca, que teria se comprometido a dar, a cada 60 dias, justificativas das ações eventualmente empreendidas. "Acho que houve um consenso de que devemos ser cuidadosos em relação ao uso de pessoal e de material militares", disse.
O presidente comemorou. "Com a votação no Senado, os EUA passam a falar com uma só voz", disse Bush.
Apesar de ter as mãos livres para agir, analistas afirmam que o presidente vai antes pressionar por uma resolução do Conselho de Segurança (CS) da ONU.
Bush espera contar com o apoio das Nações Unidas por dois grandes motivos: legitimar internacionalmente um eventual ataque e dividir os custos da ação militar com outros países. França, Rússia e China, porém, têm se mostrado recalcitrantes. Os três países têm, com os EUA e o Reino Unido, poder de veto no CS.
Ontem, em encontro em Moscou com o premiê britânico, Tony Blair, o presidente russo, Vladimir Putin, recusou-se a dar apoio a uma resolução da ONU que preveja o uso da força militar como opção automática.
Putin afirmou, porém, que aceita conversar sobre uma resolução que dê aos inspetores de armas da ONU condições adequadas para trabalhar no Iraque.

Hillary Clinton
Cinco manifestantes realizaram um protesto pacífico dentro do escritório da senadora Hillary Rodham Clinton, em Manhattan, exigindo que ela votasse contra a autorização de guerra ao Iraque. Hillary, democrata de Nova York, votou a favor da resolução, dizendo ter sido a "decisão mais difícil" de sua vida.


Com agências internacionais

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