São Paulo, quarta-feira, 12 de outubro de 2011

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Mercado financeiro dos EUA deverá perder 10 mil vagas

Relatório da Controladoria de Nova York prevê dispensas em razão de crise global

Documento projeta ainda uma redução de 35% nos lucros do mercado financeiro, mesmo índice de 2003

LUCIANA COELHO
DE WASHINGTON

A série de más notícias para Wall Street deve ter um epílogo sombrio para quem trabalha no mercado de valores americano: relatório apresentado ontem pela Controladoria do Estado de Nova York prevê 10 mil demissões no setor até o fim de 2012.
O número equivale a quase 50% das vagas perdidas nos mercados de valores americanos desde que a crise estourou, em 2008, até hoje. "Wall Street se recuperou rapidamente das perdas de 2007 e 2008, em grande parte ajudada pela intervenção do governo federal", escreveu o controlador Thomas DiNapoli. "Mas ainda há desafios significativos que acentuaram a volatilidade."
Segundo a Controladoria, que supervisiona o setor financeiro, Wall Street responde por 1 em cada 8 empregos na cidade de Nova York. Se confirmada a projeção de 10 mil demissões adicionais até dezembro do próximo ano, porém, a retração de vagas no setor, em quatro anos, equivalerá a 17%.
Ou seja: quase 1 em cada 5 pessoas que trabalhavam no mercado de valores nova-iorquino em 2007 terá perdido o emprego até o fim de 2012. Só entre abril e agosto último, houve 4.100 demissões.
O número exclui o sistema bancário de forma mais ampla. Este também deve demitir de "forma "significativa", diz DiNapoli. Além do corte em seus quadros, firmas do setor também sofrerão uma queda no lucro.
Após um prejuízo histórico em 2008, quando os mercados desabaram com a onda de quebras no setor financeiro, as empresas que operam na Bolsa de Nova York lucraram US$ 61,4 bilhões em 2009, um recorde.
Em 2010, porém, esses ganhos despencaram para US$ 27,6 bi. Neste ano, a Controladoria espera que caiam mais 35% e não cheguem a US$ 18 bi, patamar de 2003. O segundo semestre será pior.
Apesar da crise, o salário médio da indústria cresceu 16,1% em 2010. Embora abaixo do pico, os US$ 361 mil anuais médios ganhos por operadores de portfólio (sem bônus) são mais que o quíntuplo do salário médio no resto da iniciativa privada.


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