São Paulo, quarta-feira, 12 de outubro de 2011

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Egípcio pede demissão após ação violenta

Renúncia foi negada por junta militar; Hazem Bablawi questiona repressão contra manifestantes, que matou 25

Funeral reuniu milhares de pessoas, que pediram pelo fim da `ditadura'; nenhum representante do governo compareceu

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Dois dias após a violenta repressão do Exército egípcio contra cristãos coptas, que deixou 25 mortos e mais de 300 feridos, o ministro das Finanças e vice-primeiro-ministro, Hazem Beblawi, apresentou sua renúncia à junta militar que governa o país. O pedido, no entanto, foi negado pelo governo.
"Não retiro minha demissão. O Conselho militar a recusou. Estou em uma situação difícil", disse Beblawi à Reuters, mostrando que seu futuro ainda está incerto.
O ministro, que estava no cargo havia três meses, confirmou que a decisão foi tomada após os confrontos em Maspero, no Cairo, no último domingo.
Segundo ele, as atuais circunstâncias "são muito difíceis e pedem novas formas de pensar e trabalhar". Ontem, a Promotoria militar ordenou a detenção preventiva de 28 pessoas acusadas de terem agredido militares. Quatro dos 25 mortos seriam do Exército.
A agência estatal Mena informou que os acusados, entre os quais estão cristãos e muçulmanos, deverão permanecer 15 dias detidos para facilitar as investigações. Os manifestantes protestavam contra a queima de uma igreja copta no sul do país.

FUNERAL
Milhares de pessoas participaram ontem do funeral de 17 manifestantes. Os caixões foram carregados de um hospital no centro da capital até a catedral copta.
As orações foram interrompidas várias vezes por gritos de "abaixo a ditadura militar". Nenhum representante do governo compareceu. Vídeos de veículos militares sendo jogados contra os manifestantes e de corpos esfacelados no confronto têm fomentado ainda mais a raiva da população contra os militares, que assumiram após a queda de Hosni Mubarak. Ativistas os acusam de incitar o ódio sectário.


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