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VIOLÊNCIA
Governo suspeita de ação de narcotraficantes em represália à volta de extradições para os EUA
Carro-bomba mata 7 na Colômbia
das agências internacionais
A explosão de um carro-bomba
matou pelo menos sete pessoas e
deixou 26 feridos num bairro de
classe média alta em Bogotá, capital da Colômbia. A polícia crê na
ação de narcotraficantes em retaliação à decisão da Suprema Corte
do país de extraditar líderes do
tráfico para julgamento nos EUA.
Foi o segundo atentado a bomba no país em menos de 48 horas.
O primeiro não causou mortes,
mas deixou oito feridos.
Autoridades disseram que o
carro-bomba, que foi detonado às
10h em Bogotá (13h em Brasília),
continha 80 kg de explosivos. A
área afetada é residencial e comercial, e o impacto da explosão
chegou a quatro quarteirões.
"Não passa de um ato covarde",
disse o prefeito de Bogotá, Enrique Penalosa. Ele ofereceu uma
recompensa de US$ 50 mil por informações que levem à prisão dos
autores do atentado.
A suspeita das autoridades colombianas se deve à extradição do
venezuelano Fernando José Flores, o "gordo", e do colombiano
Jaime Orlando Lara, concedida
pela Suprema Corte poucos dias
atrás. Ainda há outros 48 pedidos
de extradição a serem julgados
pelo tribunal.
Os dois teriam ligações com o
cartel de Cali -grupo de traficantes baseado naquela cidade. Flores seria homem de confiança dos
irmãos Gilberto e Miguel Rodríguez, tidos como os maiores traficantes do cartel.
Essas são as primeiras extradições concedidas pela Colômbia
desde 1991, quando a Constituição foi alterada, proibindo a extradição de colombianos, numa
tentativa de aplacar a onda de
atentados promovida por narcotraficantes na época.
A campanha de atentados de
1991 foi liderada pelo traficante
Pablo Escobar Gavíria, um dos
maiores do país e chefe do cartel
de Medellín, morto em 1993.
Em 1997, a Constituição foi reformada novamente, voltando a
permitir o processo.
"Não temos provas de que foi
um ato de traficantes, mas não vamos nos deixar intimidar", afirmou o prefeito Penalosa.
A Colômbia produz cerca de
80% de toda a cocaína do mundo
e é o maior fornecedor de drogas
para os EUA. Washington dá dinheiro e apoio logístico para o
combate ao tráfico.
Guerrilheiros de esquerda mantêm o país em guerra civil e são
acusados de colaborar com o tráfico em troca de recursos. Dão segurança a plantações e a laboratórios clandestinos e usam aviões e
pistas de pouso dos cartéis de Cali
e Medellín, segundo os EUA.
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