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AMÉRICA LATINA
Trabalhadores que não aderiram à paralisação carregam navios; Exército retoma dois petroleiros amotinados
Chávez "fura" greve e envia petróleo aos EUA
DA REDAÇÃO
Trabalhadores da indústria petrolífera venezuelana que não
aderiram à greve geral iniciada no
dia 2 começaram a carregar ontem alguns petroleiros, na primeira vitória do governo contra os
grevistas desde o fim da semana
passada.
Segundo o governo, o petroleiro
Marshall Chuikov viajou para os
EUA levando 350 mil barris de petróleo. Outros três petroleiros
com um total de 1,35 milhão de
barris estariam sendo carregados
e poderiam partir a qualquer momento.
A greve geral, convocada pela
oposição para forçar o presidente
Hugo Chávez a permitir a realização de um referendo sobre seu
mandato, havia reduzido em um
terço a produção de petróleo no
país e paralisado completamente
as exportações do produto.
A Venezuela é o quinto maior
produtor mundial de petróleo. O
produto responde por 80% das
exportações do país.
40 petroleiros parados
"Rompemos o bloqueio que haviam imposto e estamos despachando petróleo para o mundo
todo", afirmou o ministro do Petróleo, Rafael Ramírez.
Apesar disso, outros 40 petroleiros controlados pelos grevistas
permaneciam, vazios, ancorados
nos portos venezuelanos.
Os petroleiros Pilin León e Yavire, os primeiros a parar, no início
da semana passada, foram retomados ontem à força por comandos da Marinha venezuelana. Os
militares entraram nos navios por
cordas, renderam as tripulações
rebeldes e prenderam os capitães.
Opositores e chavistas voltaram
a tomar as ruas de várias cidades
do país para manifestações. A paralisação vem provocando uma
crise de abastecimento. As filas
nos bancos e nos supermercados,
que aderiram parcialmente à greve, são maiores a cada dia.
Manifestantes chavistas voltaram ontem de madrugada a protestar contra os canais privados
de TV, acusados de apoiar os protestos contra o governo. Anteontem, o escritório da TV Globovisión em Maracaibo (noroeste do
país) chegou a ser depredado durante manifestação.
Proposta de eleição
Apesar do acirramento das posições dos organizadores da greve
geral, alguns dos quais já exigem a
renúncia de Chávez, deputados
de ambos os lados fizeram declarações favoráveis a uma proposta
de emenda constitucional para
permitir eleições antecipadas.
Essa possibilidade de negociação dá alento às tentativas de diálogo mediadas pela OEA (Organização dos Estados Americanos),
que até agora vêm produzindo resultados pífios.
Uma comissão formada para
analisar a questão apresentaria
uma proposta final em três dias,
segundo o deputado chavista Rafael Jimenez, vice-presidente da
Assembléia Nacional. O deputado
opositor Felipe Mujica disse que a
oposição "não se opõe ao plano".
Com agências internacionais
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