São Paulo, quinta-feira, 12 de dezembro de 2002

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COLÔMBIA

Além do complô, polícia frustra ataque com carro-bomba guiado à distância

Uribe diz ter escapado de atentado

DA REDAÇÃO

O presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, cancelou abruptamente uma aparição em um hotel ontem e foi levado às pressas de helicóptero para uma base militar, em meio a informações de que rebeldes planejavam matá-lo.
"Nunca podemos perder a tranquilidade", disse ele a repórteres. após deixar a base militar. "Porém é preciso ser prudente", acrescentou o presidente.
Uribe, que sofreu uma tentativa de assassinato em abril, durante a campanha à Presidência, parecia calmo após o episódio. O suposto ataque seria cometido em Medellín, sua cidade natal.
A ministra da Defesa colombiana, Marta Lucía Ramírez, disse que rebeldes aparentemente planejavam matar Uribe durante uma aparição que ele faria no Hotel Intercontinental de Medellín. A base para a qual Uribe foi levado fica na mesma cidade.

Controle remoto
Em Bogotá, a polícia anunciou ter abortado um suposto plano da guerrilha para iniciar uma onda de atentados. Seis carros-bombas, que podiam ser guiados por controle remoto, seriam utilizados. Dois carros foram desativados ontem, e outros três na terça. Outro chegou a explodir no estacionamento de um supermercado, ferindo 65 pessoas, na segunda. As autoridades colombianas acusam a guerrilha marxista Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) pelo atentado.
A polícia prendeu seis supostos membros das Farc, incluindo um engenheiro que seria o responsável pelo sistema implementado nos carros-bombas. Segundo o coronel da polícia Hernando Rodriguez, esses veículos possuem explosivos que, se detonados, podem atingir todo um quarteirão.
As Farc têm utilizado tecnologia sofisticada, especialmente depois de terem recebido treinamento de integrantes do IRA (Exército Republicano Irlandês).
Uribe, que assumiu a Presidência em agosto, prometeu combater duramente a guerrilha. Nesta semana, a Anistia Internacional criticou o presidente por suas medidas e pediu a ele que investigasse supostos abusos cometidos pelas forças oficiais.
"Em vez de garantir a segurança de seus cidadãos, mantendo todos distantes do conflito armado, as medidas do governo estão cada vez mais colocando os civis no meio dos confrontos", afirmou a entidade de direitos humanos.
As medidas mais duras, como as que afetavam a liberdade de imprensa e permitiam aos militares realizar prisões, foram suspensas pela Justiça. E, apesar de algumas das medidas serem vistas como uma tendência autoritária de Uribe, o presidente goza de uma elevada popularidade e é visto como a pessoa capaz de colocar um fim ao conflito.
A guerra civil já dura 38 anos. Somente na última década, mais de 40 mil pessoas morreram.


Com agências internacionais


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