DE NOVA YORK

O motoboy Francisco de Assis Pereira, que em 1998 estuprou, torturou e matou pelo menos seis mulheres e atacou outras nove no Parque do Estado, em São Paulo, entra no topo da escala do mal criada pelo psiquiatra americano Michael Stone.
Sob a alcunha de "Maníaco do Parque", Pereira se tornou um dos criminosos mais célebres do Brasil recente. Uma pesquisa do Ibope para o Ministério Público no ano passado mostrou que o caso é o mais lembrado pelos brasileiros, com um índice de 76%. O ex-motoboy foi sentenciado a mais de 121 anos de prisão em 2002 e hoje cumpre pena.
"Eu estive em São Paulo na época do Maníaco do Parque e trabalhei com psiquiatras forenses no caso", disse Stone à Folha, explicando porque colocava o motoboy brasileiro no topo da escala, destinado a "assassinos-torturadores psicopatas".
"Nesse caso, o mal consistia não apenas em estuprar e matar as vítimas, mas também em degradá-las, colocá-las em posições constrangedoras, geralmente com as pernas para cima, como se fossem prostitutas", diz o psiquiatra. Pereira atraía suas vítimas para o parque com a promessa de fotografá-las e torná-las modelos.
Mas, segundo Stone, a brutalidade do caso não faz dele único. Pelo contrário. "Muitos serial killers fazem isso: despem a mulher e colocam seu corpo em uma posição constrangedora. É uma necessidade de se sentir poderoso em relação à vítima." (LC)


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