São Paulo, Sábado, 13 de Fevereiro de 1999
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A VENCEDORA
Pesquisas indicam que primeira-dama venceria com folga disputa eleitoral em Nova York
Vitória favorece projeto de Hillary

da Sucursal de Brasília

Pouca gente duvida de que Hillary Rodham tentará uma carreira política solo algum momento depois de ter deixado a Casa Branca em janeiro de 2001. Ou até antes.
Ano que vem, por exemplo, vaga a cadeira de Daniel Patrick Moynihan no Senado dos EUA. Pesquisas de intenção de voto no Estado de Nova York mostram que a primeira-dama venceria qualquer opositor por larga margem para sucedê-lo.
Aos 51 anos, Hillary é uma das pessoas mais populares dos EUA. O impeachment do marido só fez aumentar seu prestígio.
Por ironia, o sucesso veio pelo caminho oposto daquele com que ela gostaria de tê-lo obtido. Hillary sempre lutou para mostrar a importância da independência da mulher. Mas foi no papel de Amélia, "a mulher de verdade" de Ataulfo Alves, que ganhou a admiração do público.
Quando assumiu a coordenação do que teria sido a grande contribuição do governo Clinton para a história, a revolução do sistema nacional de saúde, Hillary tinha baixíssimos índices de aprovação.
Agora, depois de ter aturado em silêncio e com dignidade as humilhações que o marido lhe impôs, o país a aplaude como nunca antes.
Ambiciosa, concentrada, fria, cerebral, ela sabe que o caminho à sua frente no terreno da política pode ser muito promissor.
Quem, sem querer, a ajudará a pavimentá-lo é Elizabeth Dole, mulher do candidato à Presidência em 1996 e que está lançando a primeira candidatura presidencial feminina viável da história do país.
Há chances de Elizabeth vencer em 2000, mas são poucas. No entanto, ela poderá mostrar que o país está maduro para a idéia de uma mulher na Presidência.
Hillary, ao contrário da mais idosa Elizabeth, pode esperar até 16 anos (quatro eleições) para tentar a sorte. Com melhores condições, se vier na esteira de um bom mandato no Senado.
Esses cenários, por causa do impeachment e dos seus efeitos sobre a imagem de Hillary, estão longe de ser absurdos. Ela parece preparada e ansiosa para viabilizá-los.
Se Bill estará a seu lado, é duvidoso. Dependerá das pesquisas se ela o descartará ou não. (CELS)


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