São Paulo, domingo, 13 de março de 2005

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Dissidência é variada no país

DE PEQUIM

O termo "dissidente político" abrange um universo variado, que inclui religiosos, críticos do governo, separatistas e aqueles que tentam fundar movimentos de oposição ao Partido Comunista. Em comum, eles têm o fato de discordarem das posições oficiais do governo chinês.
Não há estatísticas sobre quantos dissidentes se encontram nas prisões chinesas, e as autoridades de Pequim se recusam a dar informações, afirma Sharon Hom, da Human Rights in China, organização sediada nos Estados Unidos e dirigida por Liu Qin, participante dos protestos pró-democracia da praça Tiananmen que se exilou nos EUA em 1989. A entidade tenta realizar um levantamento extra-oficial dos detidos. Os números não são precisos, mas dão uma dimensão aproximada da situação e do perfil dos dissidentes.
O maior grupo é o de pessoas relacionadas às manifestações de 1989. O número mais conservador aponta 211 presos, mas Hom acha que a cifra pode ser bem maior. Em seguida, aparecem os integrantes da seita religiosa Falun Gong, declarada ilegal em 1989. Segundo Hom, há ao menos cem integrantes do grupo presos.
Jornalistas e pessoas que divulgam críticas ao governo na internet formam um grupo de cerca de 60 presos. Exixtem ainda cerca de 30 padres e católicos praticantes que juram fidelidade ao papa e tentam instituir a Igreja Católica romana em território chinês. Os protestantes que se recusam à aderir à Igreja Protestante Patriótica afirmam que 55 de seus membros estão presos.
Muitos advogados chineses acabam na prisão, sob a acusação de falsificar evidências. De acordo com dados da Associação de Advogados de Toda a China, ligada ao Partido Comunista, cerca de 400 advogados foram presos desde 1997. (CT)


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