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SUCESSÃO NOS EUA / SEXO E PODER
Governador de NY renuncia após escândalo
Democrata, que apoiava Hillary Clinton, perde o status de superdelegado; os pré-candidatos tentam se afastar do caso
Eliot Spitzer é suspeito em investigação federal por envolvimento com rede de prostituição de luxo; ele deixa o cargo na segunda
DA REDAÇÃO
O governador de Nova York,
o democrata Eliot Spitzer,
anunciou ontem sua renúncia,
dois dias depois de se ver envolvido em um escândalo sexual
por sua ligação com uma rede
de prostituição de luxo. Ele deixa o posto a partir da próxima
segunda-feira, de modo a permitir uma "transição suave", e
será substituído por seu vice,
David Paterson, que é deficiente visual e será o primeiro governador negro do Estado.
Apesar de tentarem se isolar
do escândalo nos últimos dias,
os pré-candidatos democratas
Hillary Clinton e Barack Obama não puderam evitar perguntas a respeito. Ontem, Obama afirmou crer que o episódio
"é de partir o coração para a
mulher e as filhas de Spitzer, e
provavelmente ele vai querer
agora passar algum tempo concentrado em reparar os danos
causados a suas relações".
Sobre a dimensão política,
ele disse que ela deverá "ser resolvida por pessoas de Nova
York e conselheiros de Spitzer,
em consultas com sua família".
Já Hillary Clinton se limitou
a dizer anteontem que "obviamente está enviando seus melhores pensamentos ao governador e sua família". Ao renunciar, Spitzer perde o status de
superdelegado -integrante da
cúpula democrata com voto na
convenção do partido- e não
poderá votar na senadora, a
quem havia prometido apoio.
Spitzer também encerra uma
carreira política construída sobre uma imagem de retidão e
luta contra crimes financeiros e
corrupção. Ele é suspeito em
uma investigação federal por
ter usado os serviços da rede de
prostituição Emperors Club
VIP e poderá ser denunciado.
"Não posso permitir que
meus fracassos privados atrapalhem o trabalho público",
disse em seu discurso de renúncia ontem. Assim como já
havia feito na última segunda,
Spitzer, 48, casado e com três
filhas adolescentes, pediu desculpas aos eleitores e disse que
buscará ajuda, mas não mencionou diretamente o caso.
Pressão por renúncia
Com pesquisas indicando
que 70% dos nova-iorquinos
desejavam a renúncia e com a
ameaça de impeachment da
oposição republicana no Estado, a saída de Spitzer era quase
inevitável. Mas, ainda que ele já
não tivesse altos índices de
aprovação, o escândalo foi recebido com surpresa, devido à
sua atuação firme contra a
prostituição quando era procurador-geral do Estado.
"Em toda minha vida pública
eu insisti em que as pessoas devem assumir a responsabilidade por sua conduta. Não peço
menos de mim mesmo, e por isso renuncio", disse, ao lado da
mulher, Silda.
Clientes de prostituição -geralmente vista como um crime
estadual nos EUA- raramente
são processados, mas Spitzer
teria violado uma proibição de
levar mulheres de um Estado
para outro com essa intenção.
Ele levou uma prostituta conhecida como Kristen de Nova
York para Washington.
A investigação federal começou em outubro de 2007 devido
a transações financeiras irregulares. O FBI inicialmente suspeitou de corrupção, mas descobriu que Spitzer usava empresas de fachada para pagar
por prostitutas.
Com agências internacionais
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