São Paulo, domingo, 13 de março de 2011

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Catástrofe pode reduzir PIB do país em até 1%

GRAEME WEARDEN
DO "GUARDIAN", EM LONDRES

Em resposta ao terremoto que atingiu o país, na sexta-feira, o Banco Central japonês adiantou seu próximo anúncio sobre política monetária. Será na segunda-feira.
A expectativa anterior era que anunciasse sua decisão mensal regular sobre política monetária apenas na terça.
É possível que o banco decida injetar liquidez no sistema em uma tentativa de limitar o impacto do terremoto. A economia encolheu 1,3% no último trimestre de 2010, e teme-se que sua recuperação tenha sido prejudicada pela catástrofe.
O Banco do Japão declarou que fará o que for preciso para proteger a economia e manter o sistema financeiro nacional funcionando.
"O banco continuará a fazer tudo o que estiver a seu alcance, incluindo o suprimento de liquidez, para assegurar a estabilidade dos mercados financeiros e o pagamento normal de fundos na próxima semana", informou, em nota ao mercado.
Já há análises que indicam que, por conta da catástrofe, o Japão pode perder até 1% do PIB neste ano. Fábricas foram danificadas, e empresas, entre elas Toyota e Sony, suspenderam as operações em algumas de suas fábricas.
Mas Helen Hodge, analista de perigos naturais na empresa de análise e mapeamento de riscos Maplecroft, manifestou mais otimismo.
"Tipicamente, após eventos dessa magnitude em economias desenvolvidas, um boom associado da construção é verificado nos meses seguintes", explicou.
Os mercados acionários reagiram com relativa calma ao terremoto, que ocorreu no final do dia financeiro em território japonês. O índice Nikkei teve queda de 1,7% na corrida final de vendas de ações. Já os mercados europeus apresentaram perdas apenas reduzidas.

SEGUROS
Algumas empresas financeiras foram afetadas, especialmente as de resseguro que assumem o risco de seguradoras individuais. As ações da Swiss Re caíram quase 8% em um momento; as da Munich Re e da Hannover Re amargaram uma queda de 5%. Analistas já avisaram que os prêmios de seguros podem subir, após uma série de desastres naturais recentes. "Vistos individualmente, as enchentes australianas, o ciclone Yasi, o terremoto em Christchurch e o tsunami do Japão provavelmente não afetarão preços globais de resseguros de forma significativa", disse Hodge. "Mas é provável que o efeito cumulativo endureça os mercados no próximo ano", completou a analista.

Tradução de CLARA ALLAIN


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