São Paulo, domingo, 13 de março de 2011

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ONDA DE REVOLTAS

Gaddafi avança sobre território de rebeldes

Exército de ditador retoma mais de 100 km que estavam com opositores

Líder rebelde apela por ajuda internacional, ou país viverá "uma catástrofe'; Liga Árabe aprova zona de exclusão

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Forças leais ao ditador líbio, Muammar Gaddafi, se aproximaram de Brega, uma das principais cidades ainda sob controle rebelde. A ação é parte de um contra-ataque que já retomou mais de 100 km de território dos opositores do regime.
No Cairo, a Liga Árabe se reuniu para pedir à ONU a criação da zona de exclusão aérea, para conter os bombardeios do ditador.
Em franco recuo, líderes rebeldes também apelaram à comunidade internacional por ajuda militar e pela criação da zona de exclusão aérea sobre o país.
"Se não houver uma zona de exclusão área imposta sobre o regime de Gaddafi, e se seus navios não forem revistados, haverá uma catástrofe na Líbia", disse Mustafa Abdel Jalil, ex-ministro da Justiça de Gaddafi e hoje presidente do Conselho Nacional da Líbia, órgão que reúne os rebeldes.
Jalil alertou ainda que, se o Exército de Gaddafi chegar a Benghazi, a segunda maior cidade líbia e berço da revolta, o resultado será "a morte de meio milhão de pessoas".
Os rebeldes admitiram já ter perdido o controle sobre Ras Lanuf, cidade considerada estratégica para o avanço até a capital, Trípoli, e pelas reservas de petróleo.
As tropas de Gaddafi agora estão estacionadas a 40 quilômetros de Brega, preparando um ataque.
Sob ataque e bombardeios aéreos na estrada próxima a Brega, muitos rebeldes recuavam para Ajdabiyah e Benghazi.
As forças do regime iniciavam também avanço sobre Misrata, a maior cidade na parte oeste do país ainda sob controle insurgente. Segundo os rebeldes, ela está cercada por tanques.
"Estamos prevendo um massacre. Não temos a capacidade de combater as forças de Gaddafi. Eles têm tanques e armamento pesado; nós temos apenas a fé em Deus", disse o rebelde Mohamad Ahmed, em Misrata.

DIPLOMACIA
Em encontro de emergência, ontem, a liga Árabe fez um apelo ao Conselho de Segurança da ONU pela criação da zona de exclusão aérea sobre a Líbia.
O pedido pode servir como o endosso que a Otan (aliança militar ocidental) e a União Europeia disseram ser prévio a uma ação militar.
O secretário-geral da Liga, Amr Moussa, disse que os "sérios crimes e violações" cometidos pelo regime Gaddafi "despojaram sua legitimidade". Assim, a liga afirmou que abriria diálogo com os rebeldes.

Com o "Guardian"


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