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Latino-americanos pedem eleições
DA REDAÇÃO
Assustados com a situação de
incerteza política após a queda do
presidente Hugo Chávez e a morte de manifestantes durante protestos contra o governo, líderes latino-americanos pediram que a
democracia seja respeitada na Venezuela, sem exigir, porém, a volta de Chávez ao poder.
Reunidos na Costa Rica, líderes
do Grupo do Rio (formado por 19
países, incluindo a Venezuela)
condenaram "a interrupção da
ordem constitucional na Venezuela" e pediram a realização de
eleições transparentes e democráticas no país.
Os líderes (presidentes, premiês, vice-presidentes e ministros
das Relações Exteriores, incluindo o brasileiro, Celso Lafer) disseram também que precisam de
mais informações antes de reconhecer como legítimo o novo governo provisório.
Em uma coletiva de imprensa,
os presidentes do Chile, Ricardo
Lagos, da Costa Rica, Miguel Angel Rodríguez, e do Peru, Alejandro Toledo, evitaram qualificar os
acontecimentos na Venezuela como um golpe de Estado.
"Ante os acontecimentos das últimas horas na Venezuela, o governo do Chile lamenta que a conduta do governo venezuelano tenha levado à alteração da institucionalização democrática com
um alto custo de vidas humanas e
de feridos, violentado a Carta Democrática Interamericana através
dessa crise de governabilidade",
declarou o governo chileno.
A Carta Democrática da OEA
(Organização dos Estados Americanos), aprovada no ano passado,
declara que a democracia "é essencial para o desenvolvimento
social, político e econômico dos
povos das Américas" e determina
a suspensão de todo país onde um
governo democrático seja interrompido à força ou por outros
meios inconstitucionais.
"Golpe"
O presidente da Argentina,
Eduardo Duhalde, expressou ontem sua preocupação com a situação na Venezuela e disse: "Definitivamente, houve um golpe na
Venezuela, e eu espero que haja
uma resolução democrática, que
eles convoquem eleições e que a
população da Venezuela eleja um
novo presidente. Os golpes não
servem para nada".
Já o presidente do México, Vicente Fox, pediu a "normalização
da institucionalização democrática e os passos necessários para a
realização de eleições claras e
transparentes". Fox disse, no entanto, que manterá as relações diplomáticas com a Venezuela.
"Estamos muito preocupados
com os eventos na Venezuela porque, evidentemente, isso é um
ataque aos valores democráticos",
afirmou o ministro das Relações
Exteriores de Honduras, Guillermo Perez.
"Todos nós somos prisioneiros
de nossas próprias ações", disse
Hipolito Mejia, presidente da República Dominicana, apesar de
observar que Chávez havia sido
eleito presidente, em uma aparente crítica à forma como ocorreu
sua queda.
Com agências internacionais
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