São Paulo, sexta-feira, 13 de abril de 2007

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Horta exige nova apuração em Timor

Após pedir que oponentes acatassem números, candidato a presidente e atual premiê recua ao se ver em segundo lugar

Mais 5 candidatos pedem recontagem dos votos, mas comissão eleitoral nega; Lu-Olo, da Fretilin, lidera e deve disputar 2º turno com Horta

Beawihartap/Reuters
O ex-premiê de Timor Alkatiri, que saudou a dianteira de Lu-Olo


DA REDAÇÃO

Enquanto ONU, União Européia e observadores internacionais seguem elogiando "o desenvolvimento pacífico" e "a alta participação" nas eleições de Timor Leste, há uma onda de questionamentos do pleito por parte de candidatos -entre eles o primeiro-ministro do país, José Ramos Horta.
Com 70% das urnas apuradas, Ramos Horta (22,6%) está em segundo lugar, atrás do presidente do Parlamento, Francisco Guterres, o Lu-Olo (28,7%), da Fretilin (Frente Revolucionária de Timor Leste Independente). Os dois despontam como adversários no segundo turno, em 8 de maio.
O primeiro-ministro, sem partido, que chegou a liderar a apuração e exortava os demais a aceitarem os resultados, ontem mudou de tom. "As Nações Unidas devem explicar por que 30% dos eleitores não votaram no primeiro turno. Foram intimidados? Exijo recontagem." Depois, ponderou que poderia acatar os números para ajudar a "estabilidade do país".
A frase de Ramos Horta, ganhador do Prêmio Nobel da Paz em 1996, faz referência aos votos de Lu-Olo no interior do país, responsável pela dianteira da Fretilin, a maior máquina partidária de Timor.
O pedido junta-se a outros de cinco candidatos -dos oito na disputa-, liderados pelo terceiro colocado, Fernando Lassama (18%), do Partido Democrático, que aponta "clima de intimidação" na votação na última segunda. O grupo promete recorrer a cortes de apelações.
Ontem, a Comissão Eleitoral de Timor rejeitou a recontagem, alegando que esta só ocorreria sob ordem da corte.
A Fretilin, que também chegou a reclamar da apuração, declarou que a vitória parcial de Lu-Olo se deu "contra todos os elementos", citando o apoio que Ramos Horta teria do presidente Xanana Gusmão e da Igreja Católica.
Os questionamentos aumentaram o temor de um cenário pós-eleitoral de tensão política e violência. Ontem, dezenas de católicos pediram paz em uma vigília na capital, Dili.


Com agências internacionais


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