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Horta exige nova apuração em Timor
Após pedir que oponentes acatassem números, candidato a
presidente e atual premiê recua ao se ver em segundo lugar
Mais 5 candidatos pedem
recontagem dos votos, mas
comissão eleitoral nega; Lu-Olo, da Fretilin, lidera e deve
disputar 2º turno com Horta
Beawihartap/Reuters
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O ex-premiê de Timor Alkatiri, que saudou a dianteira de Lu-Olo |
DA REDAÇÃO
Enquanto ONU, União Européia e observadores internacionais seguem elogiando "o desenvolvimento pacífico" e "a alta participação" nas eleições de
Timor Leste, há uma onda de
questionamentos do pleito por
parte de candidatos -entre
eles o primeiro-ministro do
país, José Ramos Horta.
Com 70% das urnas apuradas, Ramos Horta (22,6%) está
em segundo lugar, atrás do presidente do Parlamento, Francisco Guterres, o Lu-Olo
(28,7%), da Fretilin (Frente Revolucionária de Timor Leste
Independente). Os dois despontam como adversários no
segundo turno, em 8 de maio.
O primeiro-ministro, sem
partido, que chegou a liderar a
apuração e exortava os demais
a aceitarem os resultados, ontem mudou de tom. "As Nações
Unidas devem explicar por que
30% dos eleitores não votaram
no primeiro turno. Foram intimidados? Exijo recontagem."
Depois, ponderou que poderia
acatar os números para ajudar
a "estabilidade do país".
A frase de Ramos Horta, ganhador do Prêmio Nobel da Paz
em 1996, faz referência aos votos de Lu-Olo no interior do
país, responsável pela dianteira
da Fretilin, a maior máquina
partidária de Timor.
O pedido junta-se a outros de
cinco candidatos -dos oito na
disputa-, liderados pelo terceiro colocado, Fernando Lassama (18%), do Partido Democrático, que aponta "clima de intimidação" na votação na última
segunda. O grupo promete recorrer a cortes de apelações.
Ontem, a Comissão Eleitoral
de Timor rejeitou a recontagem, alegando que esta só ocorreria sob ordem da corte.
A Fretilin, que também chegou a reclamar da apuração, declarou que a vitória parcial de
Lu-Olo se deu "contra todos os
elementos", citando o apoio
que Ramos Horta teria do presidente Xanana Gusmão e da
Igreja Católica.
Os questionamentos aumentaram o temor de um cenário
pós-eleitoral de tensão política
e violência. Ontem, dezenas de
católicos pediram paz em uma
vigília na capital, Dili.
Com agências internacionais
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