|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ELEIÇÕES NA ARGENTINA
Ele nega, mas sua própria equipe se divide sobre o assunto
Cresce rumor sobre saída de Menem
ELAINE COTTA
DE BUENOS AIRES
O ex-presidente Carlos Menem
(1989-99) nega, mas os rumores
de que poderá desistir de disputar
o segundo turno das eleição presidencial argentina, neste domingo,
voltaram à tona. A renúncia chegou a ser cogitada até por assessores próximos a Menem, como seu
irmão Eduardo e seu sobrinho
Adrián, segundo a imprensa local.
Ontem, durante todo o dia, o
peronista reuniu-se a portas fechadas com auxiliares para, supostamente, analisar a hipótese
de retirar a candidatura. "A equipe de campanha está dividida",
admitiu Alberto Kohan, um dos
principais assessores.
Os rumores de que Menem poderia desistir de participar do segundo turno não são novidade,
mas têm se intensificado à medida que as pesquisas de intenção
de voto dão uma dianteira cada
vez maior para o adversário do
ex-presidente na disputa, o também peronista Néstor Kirchner.
No final de semana, os levantamentos indicaram cerca de 70%
para Kirchner e por volta de 30%
para Menem.
Kirchner, candidato apoiado
pelo presidente Eduardo Duhalde, classificou como "irresponsável" uma eventual desistência de
Menem. "Seria mais um gesto de
irresponsabilidade institucional,
entre os tantos que já praticou",
disse. No entanto ele disse não estar muito preocupado com a possibilidade de ir sozinho para o segundo turno. "Isso é problema
dele. Tenho procurado fazer as
coisas que posso, tenho me preparado, mas convencê-lo a disputar já é demais", afirmou.
Campanha
Kirchner e Menem, apesar de
estarem a menos de uma semana
do segundo turno, não se comportam como políticos em campanha. Kirchner já adota atitudes
de vitorioso. Ontem, após ter se
consultado com o seu dentista pela manhã, se trancou em reunião
com assessores. Não deu entrevistas nem foi às ruas em busca de
votos. A assessoria de Kirchner
também não tem programado
para esta semana compromissos
eleitorais: não há previsão de comícios nem de campanha de rua.
Menem, apesar de se expor
mais, também passou praticamente todo o dia reunido com assessores. À noite, foi à La Matanza, uma das regiões mais pobres
da Grande Buenos Aires, em busca de votos. Hoje, permanece em
Buenos Aires e, a partir de amanhã, viaja para Santa Fé e depois
para a Província de Córdoba.
Texto Anterior: Rússia: Atentado mata ao menos 40 na Tchetchênia Próximo Texto: Mídia: Repórter que enganou "Times" é acusado de mais fraudes Índice
|