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GUERRA SEM LIMITES
Aliança militar faz revisão radical de sua rede de comando; Rumsfeld ameaça tirar sede da Bélgica
Luta antiterror torna-se prioridade da Otan
DA REDAÇÃO
Os ministros da Defesa dos países da Otan (aliança militar ocidental liderada pelos EUA) acertaram ontem uma revisão radical
do comando militar da aliança,
descartando estruturas remanescentes da Guerra Fria e transferindo o foco das atenções para a luta
contra o terrorismo e outras
ameaças imprevisíveis.
"É uma nova Otan, uma Otan
transformada", disse o secretário-geral da aliança, o britânico lorde
Robertson, descrevendo as mudanças como as mais radicais nos
54 anos da organização criada para conter a União Soviética e criticada por falta de rumo recentemente. ""As transformações remodelam em profundidade as estruturas militares e aumentam
suas capacidades militares."
Buscando aumentar o potencial
militar da aliança, os países concordaram que os primeiros elementos de uma força de elite de
reação rápida precisam estar funcionando até outubro. E 12 aliados assinaram documentos comprometendo-se a arrendar navios
e grandes aviões de transporte para suprir uma carência gritante da
aliança. "É uma mudança histórica", disse o secretário de Defesa
dos EUA, Donald Rumsfeld. "A
organização é saudável e está
avançando para responder aos
desafios do século 21."
Mas o clima do encontro ficou
mais sombrio quando Rumsfeld
avisou que a aliança talvez precise
deixar de reunir-se em sua sede de
Bruxelas, em função de uma lei
belga sobre crimes de guerra que
vem sendo utilizada contra altos
representantes americanos. "A lei
nos obriga a questionar seriamente se a Otan vai poder continuar
na Bélgica", disse. A Bélgica se
opôs à guerra no Iraque. Ele afirmou que os EUA farão oposição a
qualquer gasto com a nova sede
da Otan, cuja construção está prevista perto da sede atual, ao custo
de US$ 351 milhões.
A Bélgica diz que, além de impedir processos futuros envolvendo
cidadãos de países democráticos,
mudanças introduzidas recentemente em suas leis bloquearão as
queixas-crime contra o comandante da guerra no Iraque, general Tommy Franks, e o ex-presidente George Bush, pai do atual.
Para enxugar uma rede de comando que data da Guerra Fria,
as sedes regionais e sub-regionais
cairão de 20 para 11. O objetivo é
implementar uma doutrina desenvolvida após os ataques de 11
de setembro de 2001, segundo a
qual a aliança concordou em agir
de maneira global para enfrentar
ameaças aos 19 aliados.
Com agências internacionais
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