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São Paulo, sexta-feira, 13 de junho de 2003

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GUERRA SEM LIMITES

Aliança militar faz revisão radical de sua rede de comando; Rumsfeld ameaça tirar sede da Bélgica

Luta antiterror torna-se prioridade da Otan

DA REDAÇÃO

Os ministros da Defesa dos países da Otan (aliança militar ocidental liderada pelos EUA) acertaram ontem uma revisão radical do comando militar da aliança, descartando estruturas remanescentes da Guerra Fria e transferindo o foco das atenções para a luta contra o terrorismo e outras ameaças imprevisíveis.
"É uma nova Otan, uma Otan transformada", disse o secretário-geral da aliança, o britânico lorde Robertson, descrevendo as mudanças como as mais radicais nos 54 anos da organização criada para conter a União Soviética e criticada por falta de rumo recentemente. ""As transformações remodelam em profundidade as estruturas militares e aumentam suas capacidades militares."
Buscando aumentar o potencial militar da aliança, os países concordaram que os primeiros elementos de uma força de elite de reação rápida precisam estar funcionando até outubro. E 12 aliados assinaram documentos comprometendo-se a arrendar navios e grandes aviões de transporte para suprir uma carência gritante da aliança. "É uma mudança histórica", disse o secretário de Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld. "A organização é saudável e está avançando para responder aos desafios do século 21."
Mas o clima do encontro ficou mais sombrio quando Rumsfeld avisou que a aliança talvez precise deixar de reunir-se em sua sede de Bruxelas, em função de uma lei belga sobre crimes de guerra que vem sendo utilizada contra altos representantes americanos. "A lei nos obriga a questionar seriamente se a Otan vai poder continuar na Bélgica", disse. A Bélgica se opôs à guerra no Iraque. Ele afirmou que os EUA farão oposição a qualquer gasto com a nova sede da Otan, cuja construção está prevista perto da sede atual, ao custo de US$ 351 milhões.
A Bélgica diz que, além de impedir processos futuros envolvendo cidadãos de países democráticos, mudanças introduzidas recentemente em suas leis bloquearão as queixas-crime contra o comandante da guerra no Iraque, general Tommy Franks, e o ex-presidente George Bush, pai do atual.
Para enxugar uma rede de comando que data da Guerra Fria, as sedes regionais e sub-regionais cairão de 20 para 11. O objetivo é implementar uma doutrina desenvolvida após os ataques de 11 de setembro de 2001, segundo a qual a aliança concordou em agir de maneira global para enfrentar ameaças aos 19 aliados.


Com agências internacionais


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