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IRÃ NA MIRA
Aiatolá Khamenei ameaça usar a força para conter protestos antigoverno
EUA apóiam manifestações em Teerã
DA REDAÇÃO
Os EUA expressaram apoio ontem a uma série de protestos contra o governo iraniano que levou
centenas de manifestantes às ruas
de Teerã nos últimos três dias, inclusive muitos adolescentes, no
maior evento do gênero no país
em meses.
"Os iranianos, como todos os
povos, têm direito de decidir seu
destino. Os EUA apóiam totalmente suas aspirações de viver
em liberdade", disse Richard
Boucher, porta-voz do Departamento de Estado. Ele não comentou a acusação feita pelo supremo
líder iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, de que Washington incentivaria os protestos visando derrubar o governo iraniano.
TVs nos EUA
As manifestações ganharam
força depois que canais de TV via
satélite sediados nos EUA e administrados por refugiados iranianos passaram a exibir reportagens de cunho político, como a invasão de um dormitório universitário pela polícia em Teerã. Diferentemente da mídia iraniana, as
TVs por satélite não sofrem censura. Os protestos foram cobertos
pelos canais via satélite e pela Rádio Farda, estação fomentada pelo governo americano.
A rádio pode receber ainda
mais subsídios de Washington,
caso o Congresso dos EUA aprove
o Ato pela Democracia Iraniana,
que faz parte do endurecimento
americano contra Teerã.
O Irã, junto com a Coréia do
Norte e o Iraque pré-guerra, foi
incluído pelo presidente George
W, Bush no "eixo do mal" de países que mantêm programas de armas de destruição em massa.
Uma das estratégias debatidas
pelos departamentos da Defesa e
de Estado dos EUA é o incentivo à
oposição iraniana como forma de
solapar o regime em Teerã.
Ontem, Khamenei criticou os
manifestantes reformistas e indicou que pode usar a força para reprimi-los -o que que não ocorreu nos três dias de protestos.
"Se a nação iraniana decidir lidar com os baderneiros, ela o fará
como fez em 14 de julho de 1999",
disse Khamenei em um discurso
transmitido em cadeia nacional
de rádio e televisão.
Ele se referia aos confrontos, há
quatro anos, entre a polícia e estudantes que protestavam contra a
censura. Na ocasião, um manifestante foi morto.
Com agências internacionais
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