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São Paulo, sexta-feira, 13 de junho de 2003

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IRÃ NA MIRA

Aiatolá Khamenei ameaça usar a força para conter protestos antigoverno

EUA apóiam manifestações em Teerã

DA REDAÇÃO

Os EUA expressaram apoio ontem a uma série de protestos contra o governo iraniano que levou centenas de manifestantes às ruas de Teerã nos últimos três dias, inclusive muitos adolescentes, no maior evento do gênero no país em meses.
"Os iranianos, como todos os povos, têm direito de decidir seu destino. Os EUA apóiam totalmente suas aspirações de viver em liberdade", disse Richard Boucher, porta-voz do Departamento de Estado. Ele não comentou a acusação feita pelo supremo líder iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, de que Washington incentivaria os protestos visando derrubar o governo iraniano.

TVs nos EUA
As manifestações ganharam força depois que canais de TV via satélite sediados nos EUA e administrados por refugiados iranianos passaram a exibir reportagens de cunho político, como a invasão de um dormitório universitário pela polícia em Teerã. Diferentemente da mídia iraniana, as TVs por satélite não sofrem censura. Os protestos foram cobertos pelos canais via satélite e pela Rádio Farda, estação fomentada pelo governo americano.
A rádio pode receber ainda mais subsídios de Washington, caso o Congresso dos EUA aprove o Ato pela Democracia Iraniana, que faz parte do endurecimento americano contra Teerã.
O Irã, junto com a Coréia do Norte e o Iraque pré-guerra, foi incluído pelo presidente George W, Bush no "eixo do mal" de países que mantêm programas de armas de destruição em massa.
Uma das estratégias debatidas pelos departamentos da Defesa e de Estado dos EUA é o incentivo à oposição iraniana como forma de solapar o regime em Teerã.
Ontem, Khamenei criticou os manifestantes reformistas e indicou que pode usar a força para reprimi-los -o que que não ocorreu nos três dias de protestos.
"Se a nação iraniana decidir lidar com os baderneiros, ela o fará como fez em 14 de julho de 1999", disse Khamenei em um discurso transmitido em cadeia nacional de rádio e televisão.
Ele se referia aos confrontos, há quatro anos, entre a polícia e estudantes que protestavam contra a censura. Na ocasião, um manifestante foi morto.


Com agências internacionais


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